quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Estaria à vista um "Garibaldigate"?


Garibaldi Alves (PMDB-RN) deve ser escolhido hoje o novo presidente do Senado, em subsitituição a Renan Calheiros (PMDB-AL), que na semana passada renunciou ao cargo.
Garibaldi (ao lado, na foto da Agência Brasil) tem um jeito, digamos, bonachão de ser. Isso é que teria cativado seus colegas - inclusive dentro do eternamente rachado PMDB - a apoiarem seu nome para substituir Renan.
Mas Garibaldi, ao que tudo indica, já começa todo enrolado. A FOLHA DE S.PAULO de hoje publica a matéria abaixo, que justificou manchete de primeira página:

Promotoria investiga caixa 2 em campanha de Garibaldi

O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), lançado ontem pelo partido à presidência do Senado, teve gastos da sua campanha de 2002 cobertos por um suposto esquema de desvio de recursos públicos investigado pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte.
Segundo a denúncia de quatro promotores da Defesa do Patrimônio Público de Natal (RN), protocolada em 24 de novembro passado e acolhida pela Justiça, cerca de R$ 210 mil saíram dos cofres da Secretaria de Defesa Social, passaram por uma empresa de informática, a Microtec Sistemas, e acabaram nas contas bancárias de 17 pessoas que faziam parte ou foram contratadas pela empresa de marketing político Polis Propaganda e Publicidade.
A Polis pertence ao marqueteiro João Santana, ex-sócio do publicitário Duda Mendonça e amigo do senador Garibaldi. Ele foi também o responsável pelo marketing da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006.
Os promotores denunciaram que recursos públicos foram usados para quitar dívidas da campanha de Fernando Freire (PMDB), ex-vice-governador de Garibaldi e então candidato ao governo, acusado de peculato e formação de quadrilha. O nome de Garibaldi não consta da denúncia da Promotoria.
Em entrevistas concedidas desde sábado, Garibaldi, Freire e dois ex-contratados da Polis localizados pela Folha em Natal reconheceram que a campanha era única (Freire ao governo, na qual foi derrotado, e Garibaldi ao Senado) e que João Santana trabalhou para os dois candidatos ao mesmo tempo. O comitê financeiro único disse ter gasto R$ 1,53 milhão, Freire declarou despesas de R$ 181 mil e Garibaldi, de R$ 835 mil.
"A Polis trabalhou não só na campanha ao governo como na campanha ao Senado. O candidato Garibaldi, hoje senador, e também o candidato Geraldo Melo. Então era uma campanha conjunta, majoritária, tanto para governo quanto para o Senado", disse o redator de rádio George Wilde Silva de Oliveira, contratado pela Polis.Oliveira é filho de José Wilde de Oliveira Cabral, o principal assessor de comunicação social nas gestões de Garibaldi no governo do RN e que hoje é assessor do senador em seu gabinete, em Brasília. George recebeu R$ 7.000 depositados pela Microtec numa conta do Unibanco em 9 de outubro de 2002, logo após o final da campanha. "Eu desconheço essa empresa [Microtec]. Quando eu soube, tive um grande espanto, porque eu não sabia que os cheques tinham vindo dessa empresa", disse George.

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