terça-feira, 4 de outubro de 2022

Ex-senador paraense disputa em São Paulo e obtém votação equivalente à de vereador de Afuá


As eleições de 2022 estão, literalmente, pulverizando de vez a carreira política de vários personagens.
Luiz Otávio Campos, por exemplo.
Campos, que o Pará inteiro sempre conheceu como Pepeca, já foi deputado estadual, chegou a presidir a Assembleia Legislativa, foi eleito senador e ocupou cargos executivos em diversos governos, inclusive no de Dilma, que lhe nomeou, em 2015, secretário-executivo da Secretaria de Portos.
Pois agora ele tentou uma vaga para deputado federal em São Paulo, disputando pelo MDB.
Obteve irrisórios 512 votos. É um pouco mais do que a votação obtida, em 2020, pelo vereador eleito com a menor votação (310 votos) em Afuá, município do Marajó.
À Justiça Eleitoral, Pepeca declarou um patrimônio de apenas R$ 268.518,64, integrado por um 
Toyota Corolla 2016, 554 ações da Tele Norte Leste Participações S/A e um apartamento em Salinópolis.
Mas tem um detalhe - nada desprezível, para quem declarou um patrimônio dessa dimensão: o ex-senador, justiça se faça, tocou sua campanha a custo zero, zeríssimo. Não recebeu um centavo sequer de ninguem, nem dele mesmo. E, obviamente, não teve nenhuma despesa. Tudo zerado.
Em janeiro de 2020, Pepeca chegou a ser preso pela Polícia Federal durante a Operação Fora do Caixa, referência ao recebimento de recursos eleitorais não contabilizados.
Durante a investigação foram encontrados indícios que pelo menos um dos pagamentos foi realizado em endereço ligado a parentes do ex-senador citado por executivos da Odebrecht. Os crimes sob investigação foram de falsidade ideológica eleitoral (Caixa 2), formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
A investigação começou no Supremo Tribunal Federal, mas houve declínio de competência para Justiça Eleitoral em Belém, que o STF entendeu como a competente para processar e julgar crimes comuns em conexão com crimes eleitorais.

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