Leitoras do Espaço Aberto, a maioria delas mães e avós com filhos e netos ainda crianças, mostram-se estupefatas com o fato de Bolsonaro ter exposto a própria filha, ainda uma garota, durante manifestação que, no último domingo, reuniu uma horda de fascistas, golpistas e criminosos em frente ao Palácio do Planalto.
Vejam a infinidade de fotos e imagens em vídeo que estão por aí.
O constrangimento da menina era evidente.
Ela deixava transparecer um misto de constrangimento, susto, medo e incompreensão, eis que não deve ter conseguido a dimensão política do cenário que se descortinava à sua frente: uma reunião de fanáticos pregando condutas absolutamente afrontosas à Constituição.
Não acredito, sinceramente, que dona Michelle - que só aparece, muitíssimo raramente, em cerimônias formais em espaços internos do Planalto - tenha concordado com a participação da filha numa manifestação contaminante como a de domingo. Mas deve ter-se rendido, certamente, ao diktat do ditador que tem em casa.
Um ditador que, muito embora proclame respeitar a Constituição e a democracia, volta e meia expele, em atos falhos, seus vieses francamente autoritários e fascistas.
Se Bolsonaro não se compadece de milhares de brasileiros que estão morrendo de Covid-19, era de se esperar que pelo menos resguardasse a privacidade da própria filha, uma criança.
Mas não.
Ele a expõe a fascistas facinorosos.
Ele a expõe a golpistas.
Ele a expõe a fanáticos.
Bolsonaro, nesses últimos dias, parece estar misturando seu Rivotril com mandioca em fase de pré-cozimento (que é venenosa, como vocês sabem).
O resultado tem sido tudo isso daí que ele tem feito.
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