A parada é a seguinte, meus caros.
Conforme a máxima macunaímica, ou o Brasil acaba com as saúvas ou as saúvas acabam com o Brasil.
Macunaimicamente, ou Eduardo Cunha acaba com Renan Calheiros (na foto), o nosso estadista maior, ou Renan Calheiros acaba com Eduardo Cunha.
Reportagem da revista Época desta semana lança luzes sobre as próximas mexidas no tabuleiro político do petrolão.
O tabuleiro é a CPI dos Fundos e as pedras, os negócios de um tal Milton Lyra, o Miltinho, que seria o operador do estadista Renan no Postalis, o fundo de pensão dos Correios.
Cunha - denunciado, acusado, acossado, cercado - terá de se virar no trinta em suas frentes.
Na judicial, terá de desmontar as provas oferecidas pela Procuradoria Geral da República, que exige do rapaz a devolução de nada menos de R$ 277 milhões - no câmbio de agora, diga-se - como punição pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Na política, precisará sufocar a ascendência de Renan Calheiros, que de uma hora para outra tornou-se o maior aliado do Planalto depois que passou a auscultar fontes seguras e chegou à conclusão de que, pelo menos por enquanto, não será denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Se Cunha vai lograr êxito nas duas frentes, não se sabe.
Mas outra alternativa não há que não investir firme contra seus alvos
E o alvo mais importante neste momento é Renan Calheiro, o estadista.
4 comentários:
No mesmo dia em que se pede a devolução de 227 milhões de reais do "estadista" em questão, sai a notícia do repasse do Fundo de Participação dos Municípios para o Pará: 20 milhões de reais, ou seja, menos de 10% do embolsado...
A União dispõe de dinheiro suficiente para passar uma propina dessas - mas o dinheiro dos municípios que é, de fato, o dinheiro para o bem estar da população, nunca tem!
A estrutura tributária atual é autoritária e ditatorial (literalmente - foi criada na ditadura), e responde por boa parte do desgoverno do país. Se isso não mudar, os Renans, os Cunhas, as Dilmas, vão se suceder.
Caro bloguer,
A parada é a seguinte: na questão das saúvas, nada de macunaíma. E tudo para o belo livro A Triste Morte de Policarpo Quaresma, onde a frase é citada.
Abraços,
Agenor Garcia
jornalista.
Grande Garcia, velho amigo!
Que bom te ver por aqui, rapaz!
Olha, mas está enganado.
A menção não é no "Triste fim de Plicarpo Quaresma" (e não "Triste Morte", como dizes).
Realmente, a citação é na obra do Mário de Andrade.
Olha aqui esse trecho de um comentário sobre o livro:
Cap.VIII - VEI, A SOL
Seguindo, Macunaíma topou com a árvore Volomã, cujos galhos estavam carregadinhos de variadas frutas; pediu uma e Volomã negou. Então o herói pronunciou algumas palavras mágicas e todas foram para o chão. Irada, Volomã atirou-o pelos pés em uma ilha deserta. Demorou tanto a cair que dormiu durante o percurso. Lá um urubu fez necessidade em sua cabeça e, po isso, ninguém se dispunha a trazê-lo de volta, pois estava fedendo muito.
Vei, a Sol deu-lhe carona em sua jangada juntamente com suas três filhas, pois pretendia torná-lo seu genro. Mas para isso disse-lhe que não poderia brincar com nenhuma outra cunhã. Nem bem saíram para iluminar o dia, Macunaíma encontrou uma portuguesa com quem brincou demoradamente. Quando chegaram encontraram o herói dormindo com ela na jangada. Vei se zangou e não consentiu que o herói se casasse com nenhuma. À noite uma assombração comeu a portuguesa e o herói voltou para a pensão.
"Pouca saúde e muita saúva, os males do brasil são!"
Para veres o comentário na íntegra, clica aqui: http://www.literaturabrasileira.net/index.php?option=com_content&view=article&id=72:macuna-mo-de-andrade-modernismo&catid=16:todos&Itemid=28
Grande abraço.
Garcia,
Aqui (http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/m00004.htm), outro comentário que confirma a citação na obra do Mário de Andrade.
Abs
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