Muitos esperavam tiros, murros, palavrões e a puliça intervindo para separar
contendores engalfinhados.
Guardadas as proporções, muitos esperavam isso.
Mas foi mansa, tranquila, plácida e serena a sessão de sabatina da Comissão de Constituição e Justiça do Senado que aprovou, por 26 votos a 1, o nome
do procurador-geral da República, Rodrigo Janot (na foto), para ser reconduzido ao cargo.
Depois, em votação no plenário, ele foi confirmado por 59 votos favoráveis e 12 contrários.
Sabem por que foi assim – tão maneira – a arguição do chefe do MPF?
Porque, primeiro, ele mostrou notável capacidade
de responder, objetivamente, aos questionamentos; e segundo, porque os
senadores, com as exceções que confirmam a regra, parecem ter-se convencido de
que o Ministério Público, tanto o que está atuando na Lava Jato na primeira
instância, como o que atua junto ao Supremo, no caso a PGR que Janot comanda,
Suas Excelências, portanto, parecem estar se convencendo gradualmente de que os
procedimentos têm sido eminentemente técnico, sem deixar-se contaminar por
paixões e conveniências políticas.
Foi isso, aliás, que o procurador-geral frisou
explícita e enfaticamente, quando respondeu ao senadores Aloysio Nunes Ferreira
e Aécio Neves, do PSDB, que quiseram saber em que pé está uma representação
protocolada pelas oposições no dia 26 de maio, pedindo a investigação
do governo Dilma por causa das pedaladas
fiscais.
Onde está a representação?
Está em curso, disse o procurador-geral. Está em
tramitação. Está sendo devidamente instruída com as informações solicitadas a
vários órgãos de governo.
Menos mal que tenha sido assim.
Menos mal que o Senado tenha cumprido o seu
papel, arguindo soberanamente o aspirante a um novo mandato.
E menos mal que o sabatinado também tenha
cumprido o seu, inclusive desmontando suspeitas sobre fatos que o ligariam a
atos eticamente reprováveis.
É assim.
No
país da Lava Jato, no país de roubalheiras bilionárias, menos mal quando as
leis ainda vigem e as instituições funcionam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário