sexta-feira, 6 de março de 2015

Avenida "Doca" de Souza Franco. Mas onde já?



Olhem só.
A quantidade de imprecisões que coleguinhas têm publicado por aí, em termos de nomes e cargos de autoridades e denominações de logradouros públicos, não está no gibi. Em nenhum gibi.
A imprecisão faz com que presidente de órgão público vire superintendente, superintendente se torne diretor-geral, diretor-geral acabe sendo tratado como coordenador, enfim, um fuzuê.
Da mesma forma, travessa Padre Eutíquio é tratada frequentemente com avenida Padre Eutíquio e a avenida Visconde de Souza Franco como Doca de Souza Franco.
Essa absurdez equivale, mais ou menos, a denominar de avenida Governador Zeca Malcher ou Zezinho Malcher a avenida Governador José Malcher, uma redução caricata, ridícula e inadmissível, assim como Visconde para Doca.
Escrever avenida Visconde de Souza Franco, a Doca, tudo bem. Mas avenida Doca de Souza Franco? Onde já?
Pior são os nomes, sobretudo os de autoridades.
Coleguinhas há que, deparando-se com nomes ou sobrenomes meio complicados, são incapazes de dizer para o entrevistado: "Como é mesmo que se escreve o seu nome? O senhor pode soletrar pra mim?"
Como, parece, acham isso a humilhação das humilhações, acabam escrevendo o que ouviram de ouvido. E haja confusão.
Bem que poderiam seguir o exemplo do saudoso Ariano Suassuna.
Vejam esse vídeo que rola aí pela internet.
É engraçadíssimo.
Suassuna conta um caso real em que precisou deparar-se, em sessão de autógrafos, com dois nomes complicadíssimos: um deles, de uma moça chamada Wheydja; o outro, de uma irmã dela, identificada como Whemytta.
O que fez Suassuna? Perguntou-lhes como se soletravam, exatamente, os nomes das duas. Mas o final é hilário. Confiram lá.
E por falar em nomes, também há aquela historinha real, mas cômica, contada pelo não menos cômico, simpático e saudoso Dicró, o cantor e compositor de sambas satíricos que morreu em 2012.
Dicró, conforme ele mesmo contou, estava autografando uns CDs e se deparou com um fã.
- Como é seu nome? - perguntou o cantor.
- Washington.
Como achou que seria incapaz de escrever corretamente aquele nome que achou tão complicado, Dicró resolver arriscar uma saída: referir-se ao fã pelo apelido, provavelmente com grafia muito mais simples do que Washington.
- Posso escrever o seu apelido?
- Pode - respondeu o fã.
- E então, como é seu apelido?
- Schwarzenegger - foi a resposta.
Dicró desistiu.
Hehehe,

Um comentário:

André Carim disse...

Imprecisões jornalísticas acontecem com frequência, agora, e quando a imprecisão é do próprio nome atribuído ao logradouro? A Travessa 3 de Maio comemora a data do descobrimento do Brasil, que ocorreu 11 dias antes, em 22 de abril. Um erro histórico descoberto no governo Getúlio Vargas, tardiamente, visto que já existia a Travessa. A Travessa 13 de Maio comemora o dia em que a Belém cabana foi impiedosamente bombardeada por mercenários alemães enviados pelo governo federal, vindos da província do Maranhão, em 1836. Como explicar a homenagem a um evento trágico desses? Esses são apenas alguns exemplos entre muitos.