A Justiça Federal em Itaituba, no oeste do Pará, ouviu durante 14 horas e meia cinco testemunhas da acusação no processo em que o principal acusado é o fazendeiro Ezequiel Antônio Castanha, preso no dia 21 de fevereiro passado, durante a Operação Castanheira, sob a acusação de comandar quadrilha que teria desmatado 15 mil hectares de florestas na região sudoeste do Estado ao longo dos últimos dez anos.
As audiências começaram na quarta-feira, às 9h30, e se estenderam até as 22h. Os trabalhos recomeçaram nesta quinta-feira (12), às 9h, e terminaram no início da tarde. O juiz federal Emanuel José Matias Guerra ouviu cinco testemunhas indicadas pelo Ministério Público Federal (MPF), sendo dois agentes da Polícia Federal, dois agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o delegado que presidiu o inquérito da Operação Castanheira.
Durante as inquirições, a procuradora da República Janaína Andrade de Sousa e os advogados dos 18 réus puderam fazer perguntas às testemunhas sobre todos os atos praticados por eles que resultaram na ação criminal que foi proposta pelo Ministério Público Federal.. Na próxima fase, serão ouvidas as testemunhas arroladas pela defesa e, por último, a Justiça Federal procederá aos interrogatórios dos 17 réus.
Desmatamento - Ezequiel Castanha foi preso juntamente com o empresário Edivaldo Dalla Riva. De acordo com investigações do Ibama, apenas Castanha acumula mais de R$ 30 milhões em multas por crimes ambientais e tinha prisão decretada desde agosto de 2014. Ele é acusado de integrar um esquema de grilagem de terras - inclusive áreas indígenas e assentamentos - ao longo da rodovia BR-316, entre os municípios de Altamira e Novo Progresso.
De acordo com o Ministério Público Federal, o grupo invadia terras públicas, desmatava e incendiava a área para formação de pastos e depois vendia as terras como fazendas. As investigações também apontaram que a quadrilha chegou a invadir a área da Floresta Nacional do Jamanxim. O prejuízo ambiental está avaliado em R$ 500 milhões. Os suspeitos devem responder por mais de 10 crimes, entre eles, invasão de terras públicas, lavagem de dinheiro, crime ambiental e falsificação de documentos.
Fonte: Justiça Federal - Seção Judiciária do Pará
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