Militante virtual que se preza não vai às ruas. Irá domingo?

Espiem só.
Esse aí é o mapa dos protestos marcados para domingo, quando opositores ao governo Dilma estão prometendo ir às ruas, em dezenas de cidades do país, muitos apenas para marcar sua insatisfação, outros tantos para exigir a abertura de um processo de impeachment da presidente da República, sob a alegação de que ela teria responsabilidades no escândalo do petrolão.
Há levantamentos - precaríssimos - circulando por aí que estimam em pelo menos 1,5 milhão o número de pessoas que sairão às ruas de várias cidades - batendo panelas ou não, buzinando seus carros ou não.
Com base em quê esses números estão sendo apresentados? Com base em adesões e confirmações de manifestantes pelas redes sociais, prevalentemente o Facebook.
Esses estatísticas são precárias, porque o militante virtual que se preza não sai de casa, não levanta o derrière do computador nem que a vaca tussa, não abandona os teclados por nada - nem mesmo em troca do impeachment de Dilma.
Mesmo assim, o militante virtual se julga um revolucionário, chei de arroubos e estouvos, como aqueles revolucionários d'antanho, que iam para as ruas enfrentar as patas dos cavalos e os brucutus que vinham pela frente - ou por trás.
Mas, de toda forma, não há por que menosprezar o grau de insatisfação crescente que medra como erva daninha e tem tudo para fazer da manifestações algo muito maior do que muitos petistas imaginam.
E convém aos petistas pararem com esse discurso de que os adesistas às manifestações de domingos são apenas os burgueses, aqueles mesmos que não sabem nem onde é a cozinha de suas residências, mas mesmo assim saíram à janela para panelar no último domingo.
Convém que parem porque há pesquisas que estão para ser divulgadas, indicando que a popularidade de dona Dilma está próximo de um dígito, se é que já não chegou lá.
E se assim for mesmo, alguém terá coragem de dizer que a insatisfação é apenas da burguesia aecista?