A derrocada do Paysandu diante do Salgueiro tem atiçado a, digamos, verborragia (toma-te!) dos coleguinhas.
Não de todos, mas de alguns.
Coleguinhas continuam nessa balela de que estão surpresos com a vitória do Salgueiro, um time profissionalizado há apenas cinco anos, que não tem sede e que nem médico trouxe a Belém para jogar no último domingo, quando derrotou o time bicolor, de virada, por 3 a 2.
Por que se mostram surpresos?
Porque, segundo dizem os coleguinhas – não todos, mas alguns -, o Paysandu, por sua tradição, por sua camisa, tinha tudo para ganhar o jogo e subir à Série B.
Isso é uma balela, repita-se.
Isso é um argumento risível.
Isso não é um argumento minimamente plausível.
Coleguinhas que se aferram a esse argumento ridículo ainda não se renderam a uma realidade: futebol é bola na rede, assim como basquete é bola na cesta e vôlei é bola no chão.
Se tradição ganhasse jogo, se camisa tivesse peso, então bastaria vestir o Íbis – o pior time do mundo, como vocês sabem – com a camisa do Barcelona, do Real Madri ou do Manchester United, para que se consagrasse como o campeão do planeta.
Você acreditam, sinceramente, que o Íbis, sendo como é, seria o melhor do mundo apenas se vestisse camisas de peso, como a do Barcelona, do Real Madri ou do Manchester United?
Vocês, sinceramente, acreditam nisso?
Pois é, mas coleguinhas há que acreditam.
Não todos, mas alguns.
Hehehe.
2 comentários:
Com essa alusão ao Paysandu, existem jornalistas que acreditam em Papai-Noel, Pantera Rosa e até Papão.
Prezado PB,
Sou torcedor do Paysandu há tanto tempo que minhas mais remotas memórias de infância estão vinculadas ao desvelo pelo clube alvi-azul; amor algo inexplicável porque meu pai, ao contrário da maioria, ignorava o futebol, nunca pisou num estádio de futebol. Mas desde a adolescência, já em meados dos anos 1970, passei a ir aos estádios para torcer pelo Paysandu Sport Club.
Como (quase) todo clube, o Paysandu alterna bons e maus momentos e hoje, a toda evidência, está bem longe de viver um bom momento, embora existam feitos em sua história que nos encham de orgulho e alegria.
No caso do jogo contra o Salgueiro, é forçoso reconhecer que o adversário foi superior (no intervalo do jogo, um jogador disse para o repórter que o Salgueiro não iria repetir o que acontecera no jogo anterior, ou seja, perdera muitos gols e a chance de vencer; falou isso naturalmente, sem afetação ou arrogância e o resultado do jogo mostra que ele estava certo em sua análise).
Estou de acordo contigo: camisa pesa, mas não ganha jogo sozinha. Em que pese ter quase cem anos, o Paysandu perdeu porque o adversário jogou melhor. E ponto final.
Não foi a primeira vez, nem será a última, que um David derrota Golias, sobretudo num esporte tão imprevisível como o é o futebol.
Pelo menos, perdemos num jogo honesto, não fomos "garfados" e devemos aceitar o resultado com serenidade.
Para o futuro, o Paysandu deverá continuar a trabalhar com planejamento sério, determinação e, sobretudo, adotar uma gestão capitalista (sim, capitalista!) eficiente, tal como o fazem os grandes clubes.
Ainda faltam quatro anos para o nosso centenário.
Se acertamos o passo, chegaremos não somente à 2ª, mas à 1ª divisão do futebol brasileiro.
Há, sim, muitos motivos para renovar as esperanças; qualquer dúvida se desvanece quando olhamos o nosso escudo, pois nele existe um pé alado que voa alto e veloz.
É com a força imanente desse poderoso símbolo - e adoção de uma administração capitalista eficiente - chegaremos a viver novos, e maiores, dias de glória.
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