O deputado federal reeleito – com 93.461 votos – Asdrúbal Bentes (na foto), do PMDB, já se decidiu: mesmo que seu partido, sob o comando do presidente regional Jader Barbalho, decida eventualmente apoiar a candidatura da governadora Ana Júlia Carepa à reeleição, ele, pessoalmente, vai trabalhar, aliás, já está trabalhando neste segundo turno em favor da eleição do tucano Simão Jatene para o governo do Estado.
“Se o partido não fizer esse rompimento, eu pessoalmente não apoiarei a governadora Ana Júlia. Eu não posso ser melancia, né?”, disse o deputado ao blog, por telefone.
O parlamentar ressaltou que seu posicionamento não poderia ser outro. “Eu preciso manter a minha coerência. Como eu defendi o rompimento com a governadora, que não foi feito naquele momento, este é o momento oportuno, aprazado, o momento certo”, disse o deputado.
O “naquele momento” a que se refere o peemedebista é um pronunciamento contundente que ele fez na Câmara dos Deputados, em maio deste ano, no auge das dissensões entre PMDB e PT, quando Asdrúbal pregou abertamente que seu partido debandasse da aliança com a governadora Ana Júlia.
“Não dá para aceitar que, depois de três anos e quatro meses de compromissos não cumpridos pelo governo do PT, venhamos a acreditar que, na futura gestão, vão cumprir os compromissos”, detonou Asdrúbal em discurso que ganhou ampla repercussão.
O deputado disse ao blog que, pelas conversas que tem mantido com companheiros de partido, entende que a decisão mais adequada seria deixar cada um à vontade para escolher o caminho que melhor lhe convier.
Espero que [a decisão do PMDB] seja a de liberar. É mais democrático, porque há grupos que querem apoiar a governadora e grupos que não querem apóia-la, querem apoiar o Jatene. Então, se é assim, libera. Mas, de antemão, já sou declaradamente favorável à candidatura do Jatene e já estou trabalhando por ele no sul do Pará”, reforçou o parlamentar.
5 comentários:
SOBRE ELEIÇÕES 2010 E SEGUNDO TURNO
O Partido Socialismo e Liberdade - Pará (PSOL-PA) sai das eleições de 2010 com duas importantes vitórias: uma eleitoral e outra política. Conseguimos eleger Marinor Brito ao Senado Federal com mais de 727 mil votos. Elegemos ainda Edmilson Rodrigues com mais de 85 mil votos (o deputado estadual mais bem votado da história do Pará). E tivemos mais de 107 mil votos para Fernando Carneiro governador (o terceiro mais bem votado do PSOL nacional em números absolutos e o segundo em termos percentuais). O povo do Pará deu uma inequívoca demonstração de apoio ao projeto socialista do PSOL, e nossos parlamentares e dirigentes saberão honrar esse compromisso, seja no parlamento seja na luta direta do povo. Ao povo do Pará, nosso agradecimento sincero.
Mas além da vitória eleitoral o PSOL comemora uma inquestionável vitória política. Obtivemos votos em todos os 144 municípios do estado, confirmando que nossa presença se fortalece em todo o Pará. Ademais fizemos uma campanha acertada do ponto de vista programático e ideológico. Demonstramos com firmeza e serenidade que havia apenas dois projetos em disputa: um representado pelos candidatos do PSDB, do PT e do PMDB que, a despeito de diferenças pontuais, tem a mesma matriz neoliberal. E outro, representado pelo PSOL que defende a participação e o protagonismo popular, que defende a vida e a floresta e que enfrenta a lógica capitalista que a tudo transforma em mercadoria.
O PSOL paraense, a exemplo do PSOL nacional, sai das eleições reconhecido como alternativa socialista e de esquerda. Sai respeitado pelo povo e com a militância experimentando um profundo sentimento de vitória. Não recebemos apoio de empresários ou capitalistas. O segredo de nossa vitória está na incansável disposição voluntária de nossa bela militância, que venceu todos os desafios impostos por uma disputa marcada pelas campanhas milionárias. Igualmente, nosso resultado deve ser creditado ao trabalho de todos os nossos candidatos e candidatas que souberam superar uma série de dificuldades para levar mais longe a proposta de mudança encarnada pelo PSOL.
O povo quis mudar, mas sabemos que nem sempre os resultados eleitorais expressam o verdadeiro sentimento de mudança. O uso e abuso do poder financeiro e midiático e das máquinas públicas muitas vezes distorcem o resultado. No Pará, como em âmbito nacional, teremos um 2º turno entre o PSDB e o PT. Coerente com nossa campanha, afirmamos: não apoiaremos nenhum dos dois candidatos e avisamos que qualquer que seja o próximo governo, o PSOL seguirá construindo em conjunto com os movimentos sociais um forte movimento de oposição de esquerda e programático, defendendo de maneira firme e decidida os trabalhadores e trabalhadoras de nosso estado e do Brasil, rumo à construção de uma sociedade livre da tirania imposta pelo capital.
O PSOL do Pará, portanto, afirma que não vinculará seu patrimônio político, duramente conquistado ao longo de muitos anos de trabalho, aos palanques de Simão Jatene e de Ana Júlia, posto que, em ambos os casos, não existem identidades programáticas e políticas que justifiquem tal aproximação.
Nesta oportunidade, o PSOL reitera seu antagonismo ao legado de 12 anos de governos do PSDB no Pará, repudiando seu conteúdo privatista, de arrocho e de desmonte dos serviços públicos e de ataques sistemáticos aos movimentos sociais da cidade e do campo. Da mesma forma, o partido faz questão de ressaltar sua firme postura oposicionista – popular e de esquerda – ao governo do PT e de seus aliados conservadores, cujo desempenho resultou na completa frustração das expectativas de mudança criadas na eleição passada.
Finalmente, o PSOL desautoriza a presença de seus filiados e militantes em qualquer das campanhas de 2º turno em nosso estado, alertando para que todos se pautem no mais estrito cumprimento da presente resolução.
Executiva Estadual do PSOL - Pará – Belém, 13 de outubro de 2010.
Ele não é melancia mas é "manga espada" uma espécie que é verde por fora e amarela por dentro.
Quem é que vota numa pessoa de alcunha Asdrubal?
se o nobre deputado for um pessoa seria e dde palavra pq ele não pede para o seu filho entregar o seu cargo de DAS da ADEPARÁ o vai esperar os xiitas do PT lhe exonerar
Segundo a nota do PSOL, o partido quer a "construção de uma sociedade livre da tirania imposta pelo capital." Vai ver o partido quer substituir a "tirania imposta pelo capital" pela tirania imposta pela estatização da economia, algo que já foi tentado milhares de vezes e jamais deu certo em qualquer país de nosso planeta.
Eita discurso velho!!!
Postar um comentário