sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Protesto reúne ativistas, políticos e indígenas

No AMAZÔNIA:

Uma caminhada de 30 minutos entre a Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, no centro de Belém, e a sede do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na avenida Conselheiro Furtado, marcou o protesto de movimentos sociais contra a concessão da licença prévia para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu. Segundo os manifestantes, houve fraude no processo de licença prévia, pois os povos indígenas, ribeirinhos e os Ministérios Públicos Federal e Estadual não foram ouvidos durante as quatro audiências sobre o projeto.
Além de ativistas ambientais, sindicalistas, estudantes e políticos como o ex-prefeito de Belém Edmilson Rodrigues (PSOL), acompanhado pela ex-deputada estadual Araceli Lemos (PSOL), e da ex-vereadora Marinor Brito (PSOL), um pequeno grupo de índios tembés das aldeias Jeju e Areal, do município de Santa Maria do Pará, nordeste do Estado, participou do protesto. Com lanças, arco e flexa os indígenas conduziram os manifestantes em um ritual durante a vigília em frente à sede do Ibama. O grupo interditou a avenida Conselheiro Furtado, na esquina com a travessa Rui Barbosa, durante mais de uma hora, quando o trânsito ficou congestionado. A Polícia Militar foi ao local, mas não houve confronto.
Marquinho Mota, do Fórum da Amazônia Oriental (Faor) e do Comitê Metropolitano Xingu Vivo para Sempre, disse que os ativistas irão entrar com uma representação no Ministério Público Federal para anular a licença prévia para a licitação das obras de Belo Monte, expedida pelo Ibama na última segunda-feira. Ele garantiu que no próprio parecer do Ibama os técnicos do órgão admitem que não houve tempo necessário para os estudos e análises da documentação. 'O estudo e o relatório de impacto ambiental foram executados pelas próprias empresas que tem interesse na obra, e não por uma consultoria independe', disse. O comitê emitiu nota de desagravo ao Ministério Público Federal, pela ameaça de processo que o órgão sofreu da Advocacia-Geral da União (AGU), caso entre com ação contra a licença prévia e a construção da usina.
Para os índios tembés, a participação no protesto busca chamar a atenção para os povos indígenas e ribeirinhos que serão atingidos. !É um crime retirar do território povos que já vivem lá há séculos', declarou Alan Tembé.

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