segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Convocar ou não a Assembleia: eis a questão de Ana Júlia

Deputados há – governistas, inclusive – que se mantêm vigilantes.
Mantêm-se na expectativa.
Mantêm-se atentos.
De olho no Palácio dos Despachos.
De ouvidos antenados nas informações que procedem do gabinete de Sua Excelência a governadora Ana Júlia e arredores.
Todos iniciam a semana na seguinte expectativa: a governadora, afinal, vai ou não convocar a Assembleia Legislativa para um período extraordinário, quando seria votado o projeto que o Executivo pede autorização legislativa para contratar um empréstimo de R$ 366 milhões junto ao BNDES?
É a pergunta da hora.
É a pergunta que não quer calar.
Os deputados diriam que “não”, que a governadora não pode convocar a Assembleia, porque assim estaria descumprindo o acordo.
Que acordo?
O acordo acertado na sexta-feira, na Assembleia, pelo líder do governo, Airton Faleiro (PT), com os demais líderes.
Consistiu no seguinte: o limite de remanejamento de verbas orçamentos subiria dos 3% propostos pelo deputado Parsifal Pontes (PMDB) para 18%, como admitia o governo e, em troca, o projeto de empréstimo ficaria apenas para fevereiro do próximo ano.
Tudo muito bom.
Tudo muito bem.
O acordo foi selado.
O acordo, todavia, teve como fiador o líder petista Airton Faleiro – vale repetir.
Mas chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, que bateu ponto na Assembleia, na semana passada, foi muito claro: era preciso esperar Ana Júlia voltar de Copenhague, onde participou da COP-15. Ela é que dirá, afinal, se convoca ou não a Assembleia.
Se convocar, Sua Excelência pode ficar certa: os líderes, quase certamente, vão encaminhar a votação no sentido de que o projeto de empréstimo seja sumariamente rejeitado.
De outro lado, se o projeto ficar para o ano que vem, dificilmente haverá tempo hábil para o governo gastar a grana como pretende, num ano eleitoral.
Ana Júlia, como se vê, está numa saia-justa.
Justíssima.
Justíssima e com cheiro de derrota para o governo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bem, pelo menos o tal Puty revela com essa declaração que é leal à governadora e, por sua vez, o senhor Aiton Faleiro mostra sua vontade de se impor mais que ela. Sintomático.

Anônimo disse...

Sem chance de convocação.foi acordo firmado por todos os lideres de Partidos.
Convocar será rebeldia escancarada e a derrota para os empréstimos é pule de dez.