Rotina de muita gente foi alterada devido à confusão nas ruas

No AMAZÔNIA:

Quem conseguiu olhar o trânsito da capital de cima ontem de manhã, percebeu as longas filas de ônibus em todas as faixas das pistas. Na Almirante Barroso, entre as avenidas Doutor Freitas e 25 de Setembro, os veículos estavam praticamente parados. O que se percebia eram ônibus lotados e muita revolta dos passageiros por terem que chegar atrasados no trabalho.
A empregada doméstica Natália Viana saiu de casa às 6h30, mas só conseguiu chegar em seu destino quase 9 horas. Ela, que mora no conjunto Satélite, pegou um ônibus da linha Felipe Patroni para descer em frente ao Bosque Jardim Botânico Rodrigues Alves, para chegar na casa de família onde trabalha. Sem ter como se comunicar, porque tinha esquecido o telefone celular na residência, ela informou que estava com medo de levar uma advertência da patroa. 'Eu sempre saio de casa cedo para chegar às 8 horas, mas parecia que o trânsito não andava. A cidade estava um caos', disse.
Quem sofreu do mesmo mal foi o jovem Marcos Vinícius da Silva, estudante do colégio Souza Franco. Além de passar horas em um ônibus que veio de Ananindeua, ele ainda não pôde descer na sua parada de ônibus, já que o trecho onde fica a escola estava interditado. Cansado, por causa da longa caminhada e do sol quente, ele falou que nunca mais sai de casa quando algum acidente como o de quinta-feira à tarde acontecer.
Os motoristas também estavam indignados com a situação. O estudante Bernardo Oliveira, que precisava chegar cedo ao estágio, informou que o acidente de ontem prova a ineficácia do sistema de trânsito de Belém. 'Qualquer acidente, por menos grave que seja, causa um caos na cidade. Não dá para se locomover desse jeito, precisamos de mais vias alternativas', disse.