domingo, 5 de abril de 2009

Policiais querem promoção

No AMAZÔNIA:

Policiais civis e militares amargam anos de trabalho nas ruas aguardando por alguma promoção profissional, mas sem sucesso. Alcançar um posto melhor na carreira policial exige uma longa espera que pode demorar até uma década por conta da burocracia que reina no Estado. Enquanto não recebem ou não são valorizados como deveriam, os agentes de segurança pública acabam sendo alvo fácil da insatisfação e tentam se organizar como podem para fazer valer seus direitos profissionais.
Há casos de vários policiais militares que ficaram com a mesma patente por dez anos e somente nos próximos dez devem crescer na corporação.
Um cabo da 11ª Zona de Policiamento Urbano, da Polícia Militar, que terá a identidade preservada, possui mais de 20 anos de farda. Ele entrou na PM na função de soldado, que exerceu por 17 anos, sem perspectiva de melhoria salarial. 'O oficial leva apenas oito anos para ser capitão, bem menos que nós, da linha de frente. Existe a previsão de concurso para sargento neste ano, mas somente 200 poderão ser aprovados. Os demais serão sargentos por tempo de serviço', disse o cabo, que reclama também da falta de uma preparação melhor para se atuar no combate à criminalidade.
Segundo o cabo da 11ª Zpol, os policiais fazem treinamento de tiro a cada dois ou três anos. O ideal, na avaliação do militar, seria o aperfeiçoamento anual, o que está bem longe da realidade dos praças da PM.
'Não nos sentimos felizes. O policial ingressa na corporação e quando completa 30 anos consegue no máximo sair como 3º sargento. No Distrito Federal, os policiais de baixa patente ganham no mínimo R$ 4,5 mil por mês. A Polícia Militar do Pará tem uma das piores remunerações do Brasil', disse o praça.
Um outro cabo, lotado no 20º Batalhão da PM e atuante em bairros como Guamá, Terra Firme e Jurunas, também se mostra insatisfeito com a desvalorização dos policiais. Ele tem 15 anos de PM e espera ser um dia sargento, mas sabe que depende dos méritos e principalmente da quantidade de vagas disponíveis e do tempo de serviço para a promoção. 'Quem estuda mais tem mais oportunidade, mas o critério de quem trabalha mais deveria ser considerado. Não é justo isso. E não será neste próximo concurso que seremos sargentos. Acho que vai demorar mais dez anos. Demoramos para crescer. Nós, que somos linha de frente da PM', disse o cabo PM.

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