No AMAZÔNIA:
Na última quinta-feira, 2, o delegado Fernando Flávio, diretor da Seccional da Pedreira, apreendeu dois adolescentes de 14 e 16 anos por porte ilegal de armas e tentativa de roubo e homicídio. Armados com revólveres com numeração raspada, eles tomaram uma mulher refém e a mantiveram como escudo por mais de três horas. Os dois jovens eram reincidentes no crime de roubo qualificado e figuram como suspeitos da morte de um vigilante no bairro da Pedreira no início de fevereiro. Vão chegar à maioridade penal com a ficha já bastante extensa.
Um dos jovens aparecia em fotos do site de relacionamento Orkut ostentando várias notas de R$ 50, mesmo alegando não ter renda. Em depoimento na delegacia, o adolescente justificou a extravagância como um apelo para atrair garotas.
O jovem de apenas 16 anos, hoje mantido na Divisão de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Data), é apontado como responsável por outros assaltos na mesma área onde acabou preso na quinta-feira passada, na travessa Mauriti, entre as ruas Antônio Everdosa e Nova, no coração da Pedreira. Armado, ele abordava transeuntes e os obrigava a entregar pertences, conforme relataram investigadores da seccional do bairro. A ação que terminou com uma jovem sendo mantida refém ocorreu por volta de 23h30 e só terminou na madrugada de sexta, quase três horas depois.
Acompanhado de outro adolescente, de apenas 14 anos, ele rendeu quatro pessoas que conversavam na entrada de uma oficina de motocicletas e anunciou o assalto. Uma viatura com policiais civis da Seccional da Pedreira passou pelo local e se deparou com a cena. O jovem de 16 anos não hesitou. Disparou duas vezes contra a viatura e iniciou uma breve troca de tiros que, por sorte, não feriu ninguém. Minutos depois, os dois adolescentes negociavam com a polícia usando a refém como escudo.
O detalhe é que os investigadores conheciam os dois adolescentes pelos nomes. Menos de um mês antes eles haviam sido apreendidos na Pedreira por conta do homicídio contra um vigilante. Foram detidos fora do flagrante, mas conduzidos para a Data. De lá, de acordo o delegado Fernando Flávio, foram liberados e voltaram a praticar crimes.
'É preocupante. Porque na maioria das prisões de assaltantes que nós fazemos sempre tem um ou dois adolescentes. E levando arma na mão, praticando o assalto, cometendo a violência', afirma o delegado.
Situações de desestruturação familiar e até descuido da família acabam favorecendo o envolvimento cada vez mais precoce de adolescentes com a criminalidade. Os dois jovens presos na quinta não foram os primeiros e, certamente, não serão os últimos envolvidos pela criminalidade.
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