No AMAZÔNIA:
As obras das eclusas de Tucuruí, região sudoeste do Pará, foram invadidas no início da tarde de ontem por cerca de 350 pessoas, entre integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e de associações de pescadores. Os manifestantes fizeram uma pessoa de refém, que, até o início da noite de ontem ainda não havia sido libertada. Máquinas e demais equipamentos da obra também estão em poder dos ocupantes das eclusas. Eles protestam contra a violência no campo e exigem um representante do governo estadual para mediar as reivindicações com a Eletronorte, para firmar um convênio que beneficiaria mais de 900 famílias da região, com recursos para a agricultura e a criação de peixe em tanque-rede. A negociação já vem desde 2004, mas os manifestantes argumentam que até o momento nenhum acordo foi firmado.
Ontem à tarde o coronel Marcos Machado, do comando da PM em Tucuruí, informou que, por se tratarem as eclusas de uma obra em área federal, a situação está sob acompanhamento do Exército, que já estava com tropas no local. Os ocupantes das eclusas também exigem apuração de 14 lideranças rurais assassinadas nos últimos três anos, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em consequência da luta pela terra naquela região. A última vítima foi Raimundo Nonato, liderança de Tucuruí, assassinado na porta de sua casa, no último dia 16. 'Chega de derrubar nossas lideranças; queremos justiça', afirmou Ismael Rodrigues, líder do Movimento dos Pescadores da Zonas de Proteção da Vida Silvestre (ZPVS), antigas áreas chamadas Base 3 e Base 4.
Segundo Ismael, os movimentos sociais decidiram agrupar todas as pautas individuais e unificar a manifestação. 'Aqui tem gente do MAB, Fetagri, CPT, Colônias de Pescadores e do MST, todos com o mesmo objetivo, de discutir as nossas pautas, que vêm se arrastando, e pedir justiça em relação a mortes de várias lideranças nossas', afirmou.
Os manifestantes pretendem permanecer no local até que sejam atendidos por representantes do governo Estadual e da Eletronorte. Parte do grupo também ocupa, há mais de dois meses, a sede da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) no município. Eles exigem da Sema que pague indenizações, já que foi o órgão que transformou a área em Zona de Preservação da Vida Silvestre (ZPVS), por meio da portaria 007/2004. Os ocupantes da Sema são moradores de locais vizinhos a essas áreas. Eles alegam que estão prejudicados junto com os moradores das ZPVS, que tiveram que sair da área em troca de indenizações.
Pagamentos - A assessoria de imprensa da Eletronorte em Brasília informou ontem que não existem indenizações em atraso. As informações oficiais da empresa dão conta de que, na área urbana, dos 362 processos, 270 já foram pagos. Outros 49 foram negociados e 43 já estão em fase de negociação. Na área rural, a empresa informa que as indenizações já foram todas pagas.
Já a Sema, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que as reivindicações não dizem respeito à secretaria. Segundo a assessoria, a diretora de Áreas Protegidas da Sema viajou até Tucuruí, há duas semanas, para negociar com os manifestantes. 'A parte da Sema já está toda encaminhada. Todos os pedidos já estão sendo negociados', garantiu a assessoria da Sema.
Um comentário:
O Governo do Estado já mandou cestas basicas para este pessoal? Como o Governo é o maior apoiador do famigerado MST acho que a esta hora, aproveitando a DOUBLE M e com o apoio aéreo do estado as cestas já estão a caminho! Não é a toa que este MST é o responsavel pelo curral de votos do PT.
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