quarta-feira, 2 de julho de 2008

PF tem atitude de gângster, diz Mendes

Na FOLHA DE S.PAULO:

No dia em que divulgou o balanço dos trabalhos do STF (Supremo Tribunal Federal) no primeiro semestre de 2008, o presidente da corte, ministro Gilmar Mendes, caracterizou de "terrorismo lamentável" e "coisa de gângster" o vazamento de informações de operações da Polícia Federal.
O ministro afirmou que muitas das informações contra juízes e ministros de tribunais superiores divulgadas pela PF "têm notório caráter de retaliação e até de controle ideológico". E cobrou do presidente da República, do ministro da Justiça, Tarso Genro, e do diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, o fim do "quadro de intimidação".
As críticas acontecem dias depois da divulgação de notícias sobre o ex-ministro do Supremo Carlos Velloso, que foi chamado pela PF para depor por supostos indícios de envolvimento em esquema de compra de sentenças investigado na Operação Pasárgada.
Sem comentar o caso do antigo colega, Mendes se lembrou de outro episódio, vivido por ele, fruto de informações divulgadas pela PF. O nome "Gilmar Mendes" foi citado na Operação Navalha, que desarticulou esquema de fraude em licitações chefiado pelo empresário Zuleido Veras, dono da Gautama. Inicialmente, falou-se que o ministro estaria em uma lista de pessoas que teria recebido presentes da Gautama. Posteriormente, soube-se que se tratava de um homônimo.
"Que tipo de terrorismo lamentável. Quem faz isso, na verdade, não é agente público, é gângster", criticou.
Tarso disse ontem, em São Paulo, que Mendes pode ficar "absolutamente tranqüilo com a Polícia Federal". "Lá não tem vazamento, não é regra vazamento. Se houve no passado, isso foi feito por uma pessoa absolutamente irresponsável, é um comportamento reprovável, coisa de gângster mesmo."
Luiz Fernando Côrrea, da PF, esteve no STF reunido com Mendes. Na saída, negou "mal-estar" entre a PF e a Justiça e "abusos por parte da polícia", mas afirmou que "eventuais fatos que possam caracterizar qualquer desvio, seja disciplinar ou criminal, serão apurados". Também disse que "toda e qualquer opinião do presidente do Supremo é relevante".
O ministro disse haver necessidade de uma nova lei de abuso de autoridade que permita, por exemplo, a punição "na esfera administrativa e criminal" dos responsáveis pelo vazamento de informações.

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