Na FOLHA DE S.PAULO:
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso agradeceu ontem, após a missa de sétimo dia de sua mulher, Ruth Cardoso, em São Paulo, "o carinho do povo" brasileiro. Com lágrimas nos olhos e voz embargada, disse:
"Não pude ler o que se escreveu sobre ela, mas sei que foi muita coisa. Sentimos o carinho do povo. Nossa família é imensamente grata. Infelizmente, não posso dar um abraço e um beijo em cada um daqueles que se dirigiram de maneira tão calorosa a Ruth. Não direi nada sobre ela, não posso. O Brasil entende".
FHC também agradeceu aos médicos que cuidaram de Ruth. A antropóloga e ex-primeira-dama morreu terça passada, aos 77 anos. A causa, segundo boletim médico, foi arritmia cardíaca grave decorrente de doença coronariana. Ela foi enterrada no cemitério da Consolação, e a missa aconteceu na capela do Colégio Sion, em Higienópolis.
Cerca de 600 pessoas foram à missa, entre parentes, amigos, empresários e autoridades, como o prefeito Gilberto Kassab (DEM), o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, e o ex-presidente da Fiesp Horacio Lafer Piva. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, representou o presidente Lula.
O governador José Serra (PSDB) fez um discurso à amiga. "Pouco antes de sua morte, o presidente [dos EUA] John Kennedy, ao participar de uma homenagem ao poeta Robert Frost, disse que uma nação se revela não apenas pelos indivíduos que produz, mas também por aqueles que decide homenagear."
Citou também trecho do poema "A Mário de Andrade Ausente", de Manuel Bandeira (1886-1968): "Anunciaram que você morreu/ Meus olhos, meus ouvidos testemunham/ A alma profunda, não/ Por isso não sinto agora a sua falta".
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