Na FOLHA DE S.PAULO:
A TIM anunciou ontem um prejuízo de R$ 107,9 milhões no primeiro trimestre de 2008. No mesmo período do ano passado, houve prejuízo de R$ 19 milhões. Em parte, o resultado se explica com a perda de R$ 173,3 milhões da venda parcelada de celulares cujos valores não foram cobrados dos clientes nos últimos três anos. Outro problema foi a perda de 200 mil clientes pós-pagos.
No primeiro trimestre deste ano, a receita líquida foi de R$ 2,99 bilhões, 5,2% maior que no mesmo período de 2007. Mesmo com esse desempenho, a TIM revisou para baixo a previsão de crescimento de sua receita líquida. Agora a meta para 2008 é de 9%, e não mais 12%.
O Ebitda (resultado operacional antes do pagamento de juros, impostos, depreciações e amortizações) totalizou R$ 535,4 milhões, queda de 24% em relação ao mesmo período de 2007. A margem ficou em 17,9%, abaixo da meta de 23% para o ano.
Segundo Mario Cesar Araujo, presidente da TIM, esse número teria sido de 21,1%, caso não fossem descontados os R$ 95 milhões da inadimplência gerada por uma campanha agressiva de televendas no último trimestre do ano passado.
O atraso na assinatura dos contratos das licenças de terceira geração de São Paulo e Rio de Janeiro também teve um impacto negativo.
Para reverter esses resultados, a TIM contratou uma consultoria, que vai reestruturá-la.
Analistas consultados pela Folha consideram que a operadora terá um caminho difícil pela frente. Há cerca de três anos, a previsão era a de que a TIM compraria a BrT ou se associaria a uma empresa de telefonia fixa. Pelas regras da Agência Nacional de Telecomunicações, a Telefônica, que detém participação na TIM e na Vivo, teve de optar pela administração de apenas uma delas para continuar com ações em ambas. A escolhida foi a Vivo.
Eduardo Roche, gerente de análise da Modal Asset, aponta ainda que, com a convergência (processo que prevê a oferta de pacotes combinados de telefonia fixa, móvel, acesso à internet e assinatura de TV a cabo), a TIM terá dificuldades de enfrentar os três grupos que estão prestes a brigar pelo mesmo mercado: Oi-BrT, Vivo-Telefônica e Claro-Telmex. "E isso já considerando a licença para a telefonia fixa que a TIM detém", diz Roche. "No futuro, ela pode não ser mais uma empresa independente", afirma.
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