sábado, 10 de maio de 2008

Quem não se sente prisioneiro da violência?

Microempresário que mora na Avenida 25 de Setembro, no Marco, chegava em casa na quinta-feira (8), por volta das 20h, acompanhado de dois filhos menores – de 4 e 3 anos de idade - quando foi abordado na porta da garagem, ainda dentro do carro, por quatro bandidos que vinham flanando, lépidos e fagueiros, pelo quarteirão.
Os assaltantes não estavam de moto, não. Nem estavam de carro. Nem tampouco de bicicleta. Estava caminhando. Caminhavam com a tranqüilidade e despreocupação dos inocentes, muito embora tivessem acabado de assaltar uma moça, bem na esquina.
Pois o quarteto, ao abordar o microempresário, encarregou-se logo de adotar providência que, admita-se, foi das mais edificantes. Eles mesmos tiraram as crianças de dentro do carro e deixaram-nas na calçada.
O microempresário, cauteloso para não demonstrar qualquer sinal de reação, entregou logo a chave do veículo aos bandidos.
- Não sabemos dirigir. Tu é que vais dirigindo conosco – foi a resposta.
E assim foi. Rodaram com a vítima durante cerca de 1 hora. Tentaram forçá-lo a ir um caixa eletrônico para sacar dinheiro, mas o microempresário não estava com cartão de crédito. Todavia, guardava no bolso R$ 780,00, dinheiro que retirou do caixa do pequeno negócio que possui. Pois perdeu tudo. Perdeu os R$ 780,00 e o telefone celular. Mas teve o carro poupado do roubo. E o mais importante: teve a vida preservada.
Quantos, em Belém, já não passaram por isso? Quantos, em Belém, não se sentem prisioneiros da violência sem controle? Quantos, em Belém, ainda acreditam que a selvageria possa pelo menos ser reduzida?
Quantos?

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