A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Pará (OAB-PA) considera lamentável o episódio em que índios kaiapós agrediram o diretor da Eletrobrás, Paulo Fernando Rezende. Ele foi atingido a golpes de bordunas e facões depois de proferiu, durante o Encontro Xingu Vivo Para Sempre, palestra em que defendeu a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu.
A Ordem entende que, embora pontual, uma vez que ações desta natureza não são comuns nestas reuniões, "evidencia-se a necessidade de se tratar os temas ligados à Amazônia sem arrogância, a partir de decisões discutidas com os povos da floresta, incluindo os indígenas, legítimos donos originários da terra em questão."
Para a OAB-PA, representada no Encontro dos Povos Indígenas em Altamira pela presidente da Comissão dos Direitos Humanos da instituição,
4 comentários:
Pergutinhas (im)pertinentes: como seria se esse episódio da agressão fosse ao contrário?
As manifestações, teriam a mesma "intensidade" das que estamos lendo?
Teria cabimento o funcionário da Eletrobrás portar um canivete que fosse, naquele lugar?
Fosse o engenheiro o agressor, sairia ele dalí livre, leve e solto?
Anônimo,
Suas perguntas são pertinentes.
O blog vai postá-las na ribalta, nesta quinta.
Abs.
Oi Paulo,
Longe de querer defender o ato, que sob todos os aspectos é condenável e merece ser apurado, o que aliás já está sendo feito pela Polícia Federal, não podemos deixar de enfrentar o debate e as questões que estão por trás da teimosia do governo federal em querer construir, a qualquer custo, uma usina hidrelétrica de mais de 7 bilhões num rio que os técnicos do MPF já constataram, só terá capacidade de gerar a energia propalada pelo governo, em três ou quatro meses no ano, enquanto que a devastação da região e do povo que nela habita será para sempre.
Os estudos do impacto ambiental, por autorização judicial, serão feitos por empresas contratadas pelas empreiteiras que realizarão a obra, o que significa dizer que se colocará a raposa para tomar conta do galinheiro. Qual a credibilidade desses estudos?
E o resultado a ser obtido? Se os custos tão altos prevêem o fornecimento de energia para o ano todo, significa que estamos jogando dinheiro (nosso dinheiro, por sinal) fora, pois o rio Xingu só tem capacidade para gerar a energia desejava em três ou quatro meses no ano? Será então mais um elefante branco no meio da Amazônia, e daqui a vinte anos talvez tenhamos notícia do que realmente aconteceu nos bastidores envolvendo tão vultosa quantia...
O governo precisa debater essas questões com o povo da amazônia e nós, paraenses, precisamos ser firmes na exigência de respostas convincentes.
Grande abraço.
Mary Cohen
Oi, Mary.
Você aborda questões essenciais. Por isso, vou postar sua mensagem na ribalta, mais tarde.
Mas sabe o que é preocupante, Mary? É que esse Encontro, que poderia ficar marcado por discutir essas questões relevantes, vai ficar marcado - negativamente - ela agressão despropositada.
Infelizmente, será assim.
Abs.
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