sábado, 10 de maio de 2008

O que fazer com seu dinheiro


Na ÉPOCA:

A dentista paulistana Daniela Alouche Gutierrez, de 39 anos, nunca investiu na Bolsa, mas diz que agora está cogitando seriamente fazê-lo. Ela conta que a alta recente das ações a fez pensar que poderia também estar ganhando dinheiro com isso. A sensação de ter perdido uma oportunidade faz sentido. Apenas três dias depois de a agência de análise de riscos Standard & Poor’s ter dado ao Brasil o “grau de investimento”, uma espécie de aval para os grandes fundos de pensão internacionais aplicarem recursos aqui, a Bolsa subiu 10%. É um retorno que faz brilhar o olho de qualquer investidor, e Daniela não é exceção. Divorciada e sem filhos, ela sonha com o lucro fácil dos pregões. Mas até hoje preferiu concentrar seu dinheiro em aplicações de renda fixa, como os fundos de investimento, os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e até a caderneta de poupança, em vez de arriscar suas economias no mercado acionário. “Quero fazer uma poupança para me aposentar e viajar, mas se eu conseguir ganhar muito dinheiro em pouco tempo será ótimo”, afirma.
Em geral, quando acontece uma alta forte na Bolsa num período curto, como na semana passada, todo mundo pensa em aproveitar a onda. Assim como Daniela, milhares de brasileiros que até pouco tempo atrás sentiam calafrios só de ouvir falar em ações sentem-se seduzidos a entrar na Bolsa. E quem já está há algum tempo no mercado acionário planeja aumentar suas apostas. Quanto mais gente decide apostar em ações, mais aumenta a atração. “Vários amigos meus investem na Bolsa”, afirma Daniela. “Não quero perder esse barco”.
A grande dúvida dos investidores no momento é: qual será o efeito da obtenção do grau de investimento para o mercado brasileiro? Será hora de entrar na Bolsa? Ou é melhor manter-se no porto seguro da renda fixa? Afinal, em meados de abril, o Banco Central aumentou os juros de novo, com o objetivo de conter a inflação, depois de quase três anos de queda nas taxas – e novos aumentos poderão acontecer nos próximos meses.

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