No AMAZÔNIA:
Mais peixes apareceram mortos, ontem à tarde, na praia do Caripi. O balneário não foi interditado, mas o banho no local é considerado arriscado até que se descubra a causa do acidente ambiental. Morador cogita a contaminação do fundo do rio e a Polícia Civil descarta que uma embarcação pesqueira tenha jogado os animais. Técnicos analisaram áreas de escoamento de rejeitos de cinco empresas.
Os peixes começaram a aparecer mortos na quarta-feira, 21. Ontem à tarde, a titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Barcarena, Sílvia Morais, chegou a informar que os animais ainda observados na orla eram os mesmos do dia anterior, mas a informação não se confirmou.
No início da noite, o diretor da Delegacia de Meio Ambiente (Dema), Bertolino Neto, revelou que mais peixes foram encontrados por volta das 11h de ontem. O comerciante Benedito Mourão também disse ter conferido cerca de 600 animais no porto de sua casa, no final da tarde.
Também pescador, Benedito disse que havia pescadas, arraias e acaris, mas a espécie encontrada em maior volume é a amuré. Esse tipo vive no fundo do rio, conta ele que, por esse motivo, teme ter ocorrido a contaminação mais profunda do rio Pará.
Benedito lamenta os prejuízos, os riscos à saúde e a repetição dos problemas em Barcarena. Ele afirma que desde o primeiro vazamento de caulim da empresa Imerys, no ano passado, os moradores vivem apreensivos. Este mês, outro vazamento, da Petrobrás, lançou óleo no rio. 'Esperamos que dêem uma resposta', cobra.
Segundo o diretor da Dema, a polícia instaurará inquérito para descobrir os responsáveis pelo acidente ambiental. Ontem, foram ouvidos barraqueiros e a secretária de Meio Ambiente, durante a inspeção feita em companhia dos técnicos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), da Universidade Federal do Pará e institutos Renato Chaves e Evandro Chagas.
Bertolino descartou a hipótese levantada pelo presidente da Associação dos Barraqueiros de Barcarena, Laércio Oliveira, de que os peixes foram descartados por barco de pesca artesanal. Além da quantidade, as condições das espécies, não estragadas e algumas ainda vivas, eliminam essa possibilidade.
O mais provável é acidente ambiental, confirma, mas nenhuma autoridade revela suspeitos. O delegado revelou ter acompanhado as visitas a áreas de empresas e defendeu maior atuação junto aos empreendimentos, com visitas in loco, para conferir as condições de funcionamento.
O gerente de fiscalização em áreas degradadas da Sema, Célio Costa, revela que a equipe esteve na quinta-feira, em pontos do rio onde cinco empresas despejam dejetos e em portos onde há muitos resíduos de empresas e de navios cargueiros. No meio da tarde de ontem, ele disse que ainda era cedo para confirmar vazamentos, mas observou que algo aconteceu para os peixes terem aparecido mortos.
Mais aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário