quarta-feira, 14 de maio de 2008

Kassab agora tenta atrair PP de Maluf para sua coligação

Na FOLHA DE S.PAULO:

Depois de fechar acordo com PMDB, PR e PV e conseguir cerca de 40% do tempo de TV nas eleições de outubro, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) direcionou suas baterias para tentar atrair o PP, partido que tem como pré-candidato o deputado federal Paulo Maluf.
Uma ala de deputados federais do PP liderada por Vadão Gomes começou a defender ontem nos bastidores que o partido apóie Kassab. Se isso ocorrer, o prefeito reunirá a metade do tempo de propaganda televisiva destinado aos candidatos. Restaria cerca de 18% do tempo a Geraldo Alckmin (PSDB), 16% a Marta Suplicy (PT) e 16% ao bloquinho (PSB, PC do B e PDT), que tenta lançar o deputado Aldo Rebelo (PC do B).
Em evento ontem à noite, Kassab negou que esteja buscando o apoio do PP, sob alegação de que não tem dúvida de que Maluf será candidato.
"Possibilidades existem várias, e o PP é um partido muito atraente, vem sendo procurado por todos os partidos. Mas hoje a possibilidade é a de que tenhamos candidatura própria", afirmou a deputada federal Aline Corrêa, presidente do diretório municipal do PP. Vadão negou a articulação.
Deputados de PP e PT disseram que o movimento pró-Kassab teve início após reunião de Vadão e do deputado Beto Mansur com o governador José Serra (PSDB). A petistas Maluf disse que mantém a candidatura. "Os diretórios municipais têm ampla competência para decidir o que quiserem em relação às eleições municipais", se limitou a dizer o presidente nacional do PP, senador Francisco Dornelles (RJ).
Uma aliança entre PP e Kassab representaria mais um duro golpe no PT, já que o partido conta com a candidatura de Maluf para retirar votos tanto de Kassab quanto de Alckmin.
Já aliado a Kassab, o PV deverá comandar a Subprefeitura da Mooca ainda nesta gestão. Segundo o presidente nacional do partido, José Luiz Penna, o advogado Marcos Belizário deverá assumir o cargo, atualmente ocupado por um tucano. A ampliação da presença do PV na prefeitura foi proposta pelo próprio prefeito democrata.
Mas, segundo dirigentes do PV, não é o único item do pacote. Vice-presidente estadual do partido, Belizário explica que a negociação inclui apoio material aos candidatos a vereador. "Sem distinção de partido."
O próprio Kassab acenou com a ajuda ao discursar a candidatos do PV à Câmara. "E aos pré-candidatos a vereador, contem conosco. Faremos dessa jornada uma grande vitória."
Além das ofertas -entre elas, a perspectiva de o DEM apoiar verdes em outras cidades-, Kassab conta, segundo Penna, com a torcida de um tucano de peso, o chefe da Casa Civil de Serra, Aloysio Nunes Ferreira. Segundo Penna, Aloysio abordou o assunto durante uma reunião na segunda quinzena de abril. O secretário perguntou qual seria o destino do PV na capital. Informado sobre as discussões no partido, teria recomendado apoio a Kassab.
"O Aloysio disse que gostaria de ver a gente mantendo a nossa relação com o Kassab, que já vinha desde Serra, com nossos cargos no governo, que estão muito satisfeitos com a nossa colaboração. Dissemos para ele que estávamos analisando", contou Penna.
Ontem, numa breve reunião com a Executiva do PV, Kassab descreveu a aliança como um "presente" deixado por Serra.
Na capital paulista, o PV já comanda a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente e outras duas subprefeituras.

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