domingo, 4 de maio de 2008

Juiz pede que STF investigue Paulinho no escândalo do BNDES

Na FOLHA DE S.PAULO:

Os 13 réus acusados pelo Ministério Público Federal de ter montado um esquema para fraudar empréstimos do BNDES serão ouvidos em juízo nos dias 21 e 26 deste mês. Anteontem, a Justiça abriu processo criminal contra eles, manteve a prisão de três dos envolvidos e decretou a detenção de um quarto, cujo nome é mantido em sigilo.
Na decisão, o juiz substituto Márcio Ferro Catapani, da 2ª Vara Federal de São Paulo, determinou o envio de cópia integral do caso ao Supremo Tribunal Federal e ao Tribunal Regional Federal para que seja apurada eventual participação do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho da Força, e do prefeito de Praia Grande (SP), Alberto Mourão (PSDB), respectivamente.
O envio significa que o juiz entendeu existir indícios suficientes para que os tribunais superiores investiguem. Os dois têm foro privilegiado.
A Folha não conseguiu localizar Paulinho ontem.
Catapani rejeitou o pedido feito pelo Ministério Público Federal de prisão preventiva do advogado Ricardo Tosto, indicado conselheiro do BNDES pela Força Sindical. Preso por dois dias, foi libertado no dia 26 após um habeas corpus.
Foram mantidas as prisões de três dos seis réus detidos temporariamente: José Carlos Guerreiro, Marcos Vieira Mantovani e do advogado João Pedro de Moura -que precedeu Tosto no conselho do banco.
Devem deixar a carceragem da PF até amanhã Jamil Issa Filho, Boris Timoner e Wilson Consani Jr., coronel reformado da Polícia Militar.
Responderão por formação de quadrilha e desvio na aplicação de financiamento do BNDES: Tosto, Issa, Guerreiro, Mantovani, Moura, Timoner e Consani e os empresários Manuel Fernandes Bastos Filho e Celso Murad.
Na denúncia, o Ministério Público informou que a prisão de Tosto e dos demais era necessária por vários motivos: reiteração criminosa (o esquema existiria desde 2004), abalo à ordem econômica, garantia da instrução do processo e possível "uso de poder político para desqualificar a investigação pelo réu Ricardo Tosto".
Consani, Murad e Bastos Filho são réus ainda em um outro esquema apurado pela polícia na mesma operação, desta vez por exploração de prostituição e tráfico de mulheres.
Segundo a PF, Bastos Filho é dono do prostíbulo WE e articulador do esquema de fraudes nos financiamentos -é considerado foragido. Funcionários da boate foram denunciados.
A Operação Santa Tereza começou com uma investigação, iniciada em 2007, sobre a casa de prostituição. Em interceptações telefônicas, autorizadas judicialmente, foram descobertos diálogos sobre desvio de dinheiro no BNDES.

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