quinta-feira, 22 de maio de 2008

Flu elimina São Paulo e passa às semifinais da Libertadores


Na FOLHA DE S.PAULO:

Na noite dos tricolores, o Fluminense obteve a maior vitória de seus 106 anos incompletos de fundação e passou às semifinais da Libertadores, fase que jamais alcançara. Renato Gaúcho, o técnico, sentou-se perplexo no meio do campo, enquanto os jogadores davam a volta olímpica no Mário Filho.
Para o São Paulo, o gol de cabeça de Washington (acima, comemorando, na foto da AF), na traumática altura dos 47min do segundo tempo, representou o primeiro mata-mata perdido para o Fluminense em cinco disputados até hoje, o fim de 40 anos sem derrotas por dois gols de diferença para o rival no Maracanã -e a primeira eliminação na fase de quartas-de-final.
Com isso, o atacante Adriano, astro maior do Morumbi, inicia uma turnê de despedida nos próximos oito jogos, sem outra chance de erguer taças.
Ou pára antes. "O Adriano estava focado na Libertadores, preparou-se para isso. É difícil colocar a cabeça do jogador em outra competição, admitiu Muricy Ramalho, após o jogo.
Foi um jogo nervoso, com direito a lances ríspidos e absurdos: Fábio Santos acertou o braço no rosto de Conca duas vezes. Luiz Alberto, do Fluminense, deu soco no peito do próprio colega Thiago Neves.
E aí acontecem coisas como um zagueiro de 1,92 m perder disputa de cabeça com um atacante de 1,80 m. Cícero ganhou de Alex Silva, a bola sobrou para Washington, que tocou com classe para o gol de Rogério. Encerrava-se assim um jejum de oito jogos do artilheiro.
Com o São Paulo atordoado, o time carioca obteve chances cristalinas, a melhor com Conca, em belíssimo toque por cobertura, no travessão.
No intervalo, Muricy Ramalho tirou Jancarlos, que franqueava a direita são-paulina à visitação de Júnior César, e pôs Joílson, terceira opção na posição. Éder, a segunda, não estava nem no banco. Depois, colocou Aloísio na vaga de Dagoberto. No Flu, o atacante Dodô substituiu o volante Arouca.
Muricy tentava mudar um time que não criava. Sua chance de empatar em todo o primeiro tempo foi uma cobrança de falta longínqua de Hernanes.
No segundo tempo foi diferente. Por mais que Aloísio tenha só um gol em 13 jogos no ano, foi ele quem incendiou o São Paulo no ataque e se entendeu com Adriano. O time dominava e amadurecia o empate.
A presença de Joílson fechou bem a direita, embora uma expulsão ridícula, um segundo amarelo ao agarrar Júnior César pela camisa, aos 39min, impedisse aplausos ao atleta.
Aos 25min, Aloísio desceu pela esquerda, entortou Ygor na área e cruzou. Adriano, eficiente, fez seu sexto gol na Libertadores. Dodô respondeu no minuto seguinte, tocando fraco -Rogério falhou.
A noite ainda era paulistana no Maracanã, até que, aos 47min, um ensandecido Washington comemorou seu segundo gol, de cabeça. O Flu aguarda os jogos de hoje para saber quem pega. O São Paulo buscará forças para o Brasileiro. E Adriano abre sua turnê de adeus, que pode ir até 9 de julho, contra o Náutico.

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