Em evento da Força, Marta é vaiada e defende Paulinho
Na FOLHA DE S.PAULO:
A ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), potencial candidata a prefeita de São Paulo, foi vaiada ontem, durante quase três minutos, na festa do 1º de Maio da Força Sindical, na zona norte da capital paulista.
Cerca de 1,2 milhão de pessoas foram ao evento, segundo a organização. A Polícia Militar não divulgou estimativa de público. As vaias começaram quando, por volta das 11h30, Marta foi convidada pelo mestre-de-cerimônias, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho, a discursar.
A ministra, que já estava no imenso palco montado na praça Campo de Bagatelle, tentou saudar a multidão: "Bom dia, São Paulo. Primeiro quero agradecer ao presidente da Força Sindical por este convite para vir aqui hoje".
Mas as vaias abafaram a voz da ministra, e ela passou a elogiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "Nós temos hoje um salário mínimo 50% maior do que na época do [ex-presidente] FHC". Foi em vão. Os apupos continuaram.
Paulinho, principal líder da central de trabalhadores responsável pela festa, interveio: "Companheiros, ela é convidada minha. Vocês têm que receber com muito carinho. Mesmo aqueles que não concordam, têm que receber. Aqui não sobem aqueles que são contra os trabalhadores. (...) Eu sei que quando é ex-prefeita, Marta, você agrada a alguns, mas não agrada a outros".
"Estou aqui como ministra do presidente Lula. Estou aqui para defender o governo", respondeu Marta, que prosseguiu nos elogios por mais um minuto, sob vaias, até encerrar: "Viva a Força Sindical, viva o Brasil e viva o presidente Lula". Só então o público aplaudiu.
No meio da multidão, houve cartazes improvisados que aludiam à frase "relaxa e goza" da ministra durante o caos aéreo.
Questionada pelos jornalistas, a ex-prefeita (2000-2004) disse que interpretava as vaias como "democráticas". "Não [fiquei constrangida]. Um pequeno grupo vaiou. Muita gente aplaudiu. Não dá para ir a uma reunião desse porte e não ter algumas pessoas que vaiam. Isso você tem de saber antes de vir. É normal, é natural", disse.
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