Na FOLHA DE S.PAULO:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em Maceió (AL), que a elevação a grau de investimento pela Standard & Poor's faz do Brasil "um país sério". Segundo ele, o Brasil vive um "momento mágico", que já deveria ter ocorrido "muito tempo atrás".
"Acabamos de receber a notícia de que o Brasil passou a ser "investment grade'", afirmou o presidente, no início do seu discurso na primeira reunião do Conselho Deliberativo da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste).
"Eu não sei nem falar direito a palavra ["investment grade'], mas, se a gente for traduzir isso para uma linguagem que os brasileiros entendem, o Brasil foi declarado um país sério, que tem políticas sérias, que cuida das suas finanças com seriedade e que, por isso, passou a ser merecedor de uma confiança internacional que há muito tempo necessitava", afirmou.
"E quis Deus que fosse exatamente no momento em que o presidente de sorte assume a Presidência da República que isso viesse a acontecer", disse, referindo-se a si mesmo.
"Alguns dizem que [o fato] é ótimo, outros dizem que pode ser não tão ótimo, porque pode entrar muito dólar, e o dólar já está desvalorizado diante do real, e isso pode ser muito ruim", disse o presidente.
Em seguida, Lula posicionou-se entre os que acham a notícia ótima. "Eu confesso a vocês que, quando saí de Garanhuns [PE], em 1952, jamais imaginei que poderia chegar um dia em que os brasileiros iriam ter preocupação com a entrada de dólar no Brasil."
Para Lula, o temor de que o dólar sofra novas desvalorizações ante o real não tem fundamento, porque o mesmo ocorre em relação a outras moedas. "O que é importante é que não é o real que está se valorizando diante do dólar. O que é importante é que o dólar está se desvalorizando diante de todas as moedas do mundo."
O presidente aproveitou ainda para ironizar a crise nos EUA. "Eu até brincava outro dia: qual é a agência que está lidando com o risco americano, porque, com a crise do "subprime", que na verdade não passa de uma dívida imobiliária, ninguém mediu o risco americano", disse. "O FMI [Fundo Monetário Internacional] não foi lá dar um único palpite na economia americana."
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