Bancada federal do PSDB não quer saber de Duciomar

Integrante da bancada federal do PSDB do Pará garante ao Espaço Aberto: deputados federais e senadores do partido são predominantemente – senão unanimemente - favoráveis, até agora, a uma aliança com o DEM que tivesse como candidato a prefeito o ex-governador tucano Simão Jatene e a ex-vice-governadora Valéria Pires Franco, do Democratas.
“O partido não quer aliança com o prefeito Duciomar Costa. Não quer. Há problemas com o Duciomar. Se o Jatene insistir nessa aliança com Duciomar, que evidentemente será o cabeça de chapa, haverá inevitavelmente um racha no partido. E um racha neste momento destruiria todos os nossos esforços de preservar a unidade interna do PSDB, apesar de nossa derrota em 2006”, garante o tucano federal.
Ele se confessa como um dentre tantos incomodados com o que considera uma demora muito grande do ex-governador Simão Jatene em decidir se vai ser candidato ou não a prefeito de Belém. E, se não for, diz o parlamentar, o ex-governador deveria logo definir as alianças com outros partidos, preferencialmente com o DEM.
“O PSDB está pecando novamente na demora em se decidir. Está demorando demais, igualzinho como ocorreu em 2006, quando foi aquele dilema para resolver que o Almir [Gabriel] fosse o candidato do partido ao governo do Estado. Nós estamos cometendo novamente esse pecado. E as coisas estão se definindo. As alianças estão se formando. Nós temos todos que meter na cabeça que a ‘União pelo Pará’ acabou. O PSDB tomou seu rumo, o PFL (hoje DEM) seu rumo, o PDT o rumo dele, o PTB idem... Todos estão se decidindo. Só nós, tucanos, é que ainda não”, desabafa o tucano federal.
Ele não tem dúvidas ao apontar qual seria a melhor alternativa eleitoral para o partido: “Nós não temos saída. Precisamos formar uma aliança com o DEM da Valéria. Resta saber se o DEM ainda quer essa aliança, porque já demoramos demais. O Jatene, indiscutivelmente, é o candidato da bancada. É o melhor candidato. Tem plenas condições de eleger-se. Mas é preciso nos juntarmos ao DEM”, afirma o tucano.

Densidade eleitoral
E qual outra alternativa, fora a aliança com o DEM? – indaga o blog. E o tucano: “Se não fizermos essa aliança e o Jatene não sair candidato, resta-nos, por exemplo, avaliar os nomes do Zenaldo [Coutinho – deputado federal] e do Paulo [Chaves - ex-secretário de Cultura nos governos tucanos. Ambos são dos mais valorosos companheiros. Mas o problema é que não têm consistência, não têm densidade eleitoral para disputar a Prefeitura de Belém. Não é todo dia que vemos um fenômeno como a Ana Júlia, que era um traço nas pesquisas e se elegeu governadora. Ou o Luiz Otávio Campos, que também se elegeu senador juntamente com o Almir, em 1998. Esses casos representam um fenômeno. Não é todo dia que se vê isso”, diz o tucano.
Ele considera, além disso, que uma aliança entre PSDB-DEM, com Jatene na cabeça e Valéria como vice, permitiria que, uma vez vitoriosa a chapa, o ex-governador renunciasse ao cargo para disputar o governo do Estado em 2010, deixando a Prefeitura de Belém com Valéria, que assim se fortaleceria mais ainda eleitoralmente.
“Todos sabemos disso. Mesmo assim, o Jatene demora demais a se decidir. E o partido inteiro pode sofrer as conseqüências disso”, encerra o tucano.