sábado, 23 de fevereiro de 2008

Transexual vai à Justiça para voltar à FAB

Na FOLHA DE S.PAULO:

A transexual Maria Luiza da Silva, uma cabo da Aeronáutica que se chamava José Carlos da Silva até o ano passado, luta na Justiça para voltar a integrar a Força Aérea Brasileira -após ter sido aposentada compulsoriamente, segundo ela, de forma discriminatória.
Maria Luiza, 47, é goiana e serviu as Forças Armadas em Brasília durante mais de 20 anos. Há três anos foi submetida a uma cirurgia para mudança de sexo. E, há três semanas, conseguiu que a Aeronáutica mudasse em seus registros o sexo e o nome para os atuais.
Em 2000, época em que começou a "transição" -passou a se vestir como mulher-, foi reformada (tipo de aposentadoria militar) e perdeu parte do salário. Uma junta de médicos considerou-a inapta para o serviço de manutenção de aviões.
Ela afirma que o laudo é contraditório, já que fala em "incapacidade" para o trabalho militar, mas permite esforço físico. "Como posso exercer atividade física, mas não posso continuar no meu trabalho?", questiona. "Foi um ato de preconceito e discriminação."
Quando foi reformada, diz que teve redução de quase 50% na remuneração. Por meio de decisão judicial, recuperou o pagamento integral. No ano passado, também conseguiu na Justiça mudar o sexo e o nome em seus documentos civis.
O transexual nasce com sexo definido, sem anomalias, mas vê sua identidade como a de uma pessoa do sexo oposto.
Maria Luiza pretende ser reintegrada à ativa da Aeronáutica, mas agora na ala feminina da corporação.
Antes da cirurgia, ocorrida em abril de 2005 em Goiânia, passou por psicoterapia e avaliações psiquiátricas, que indicaram a operação para alteração de sexo.


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