É bem provável que sim. Queiramos ou não, ainda não caminhamos com nossos próprios pés quando se trata de economia. Nos primeiros sintomas da crise americana, muitos países tiveram problemas, principalmente nas bolsas de valores. A saúde financeira do País mais rico do mundo está abalada, sim. O cenário de que o Brasil passaria ao largo da crise é uma empáfia. Já se sabe através da Imprensa que a inflação medida pelo IBGE deve ultrapassar o ponto de convergência (4,5%) das metas perseguidas pelo Banco Central já neste mês e devem se manter acima dele durante grande parte do ano.
Esta recessão americana nos faz precaver de que a paisagem que está sendo traçada diante da atual conjuntura internacional, pela qual não se prevê alta ou baixa significativa nos preços das principais mercadorias no comércio exterior, e que poderiam ter impacto direto sobre o mercado doméstico. O momento da economia não é propício para grandes mudanças nos rumos da política monetária em países como o Brasil, que vêm conseguindo se manter um pouco à margem dos riscos existentes nas nações mais desenvolvidas, especialmente os Estados Unidos.
Os temores de que o agravamento da crise nos Estados Unidos atinja em cheio os preços do commodities já começam a se confirmar. O raciocínio é simples: se a queda das cotações das matérias-primas agrícolas e industriais comercializadas no mercado internacional se acentuar, o País passa a conviver com o risco de ver suas vendas externas se estagnarem ou até caírem em relação aos valores registrados em 2007, interrompendo um ciclo de oito anos de crescimento consecutivo das exportações.
Neste cenário, a possibilidade de queda nas exportações do País, algo que seria impensável há bem pouco tempo, mesmo com o câmbio em baixa, já começa a ser admitido por entidades como a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Assim disse o vive-presidente executivo José Augusto de Castro: “Uma reversão do crescimento das exportações brasileiras já entrou no radar”. Portanto, trata-se do primeiro ano desfavorável no comércio exterior para o governo Lula.
O fórum anual em Davos, na Suíça, termina com perspectivas sombrias para 2008. Além disso, no entendimento de muitos especialistas, apontam como iminente a recessão nos Estados Unidos. O pessimismo deste ano em Davos contrasta com o clima dos anos anteriores, quando o forte crescimento, a baixa da inflação e os grandes ganhos das empresas dominavam o cenário internacional.
O momento é de reflexão. Várias boas notícias sobre o Brasil foram divulgadas nos últimos dias, misturadas ao aumento das sombras sobre a economia internacional. O crédito se expandiu, a entrada de capital estrangeiro bateu recorde histórico e continuou forte em janeiro. O desemprego caiu em toda a América Latina pelo quinto ano consecutivo. Isso é um alento, mas, neste momento, é preciso ter os pés no chão.
Ademais, o temor de uma recessão nos Estados Unidos, ameaça sim o Brasil. O seu impacto como a volatilidade dos mercados financeiros e a contração do crédito dissolveram a confiança da elite econômica e dos políticos do mundo. Mesmo com as boas notícias para a economia brasileira, ainda há muitos riscos. Os EUA desenham e redesenham o mapa da economia mundial.
Sergio Barra é médico e professor
Esta recessão americana nos faz precaver de que a paisagem que está sendo traçada diante da atual conjuntura internacional, pela qual não se prevê alta ou baixa significativa nos preços das principais mercadorias no comércio exterior, e que poderiam ter impacto direto sobre o mercado doméstico. O momento da economia não é propício para grandes mudanças nos rumos da política monetária em países como o Brasil, que vêm conseguindo se manter um pouco à margem dos riscos existentes nas nações mais desenvolvidas, especialmente os Estados Unidos.
Os temores de que o agravamento da crise nos Estados Unidos atinja em cheio os preços do commodities já começam a se confirmar. O raciocínio é simples: se a queda das cotações das matérias-primas agrícolas e industriais comercializadas no mercado internacional se acentuar, o País passa a conviver com o risco de ver suas vendas externas se estagnarem ou até caírem em relação aos valores registrados em 2007, interrompendo um ciclo de oito anos de crescimento consecutivo das exportações.
Neste cenário, a possibilidade de queda nas exportações do País, algo que seria impensável há bem pouco tempo, mesmo com o câmbio em baixa, já começa a ser admitido por entidades como a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Assim disse o vive-presidente executivo José Augusto de Castro: “Uma reversão do crescimento das exportações brasileiras já entrou no radar”. Portanto, trata-se do primeiro ano desfavorável no comércio exterior para o governo Lula.
O fórum anual em Davos, na Suíça, termina com perspectivas sombrias para 2008. Além disso, no entendimento de muitos especialistas, apontam como iminente a recessão nos Estados Unidos. O pessimismo deste ano em Davos contrasta com o clima dos anos anteriores, quando o forte crescimento, a baixa da inflação e os grandes ganhos das empresas dominavam o cenário internacional.
O momento é de reflexão. Várias boas notícias sobre o Brasil foram divulgadas nos últimos dias, misturadas ao aumento das sombras sobre a economia internacional. O crédito se expandiu, a entrada de capital estrangeiro bateu recorde histórico e continuou forte em janeiro. O desemprego caiu em toda a América Latina pelo quinto ano consecutivo. Isso é um alento, mas, neste momento, é preciso ter os pés no chão.
Ademais, o temor de uma recessão nos Estados Unidos, ameaça sim o Brasil. O seu impacto como a volatilidade dos mercados financeiros e a contração do crédito dissolveram a confiança da elite econômica e dos políticos do mundo. Mesmo com as boas notícias para a economia brasileira, ainda há muitos riscos. Os EUA desenham e redesenham o mapa da economia mundial.
Sergio Barra é médico e professor
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