Só os néscios não querem admitir que os Estados Unidos são protagonistas de mais um Vietnã. É fato que os governantes da maior potência bélica do planeta parecem estar anestesiados com a conduta belicista, hoje posta em xeque, provavelmente pela insanidade e arrogância de George W. Bush, que já deveria estar revendo a lambança que vem cometendo no Oriente Médio.
Parece que já esqueceu 1973, o ano do caos no Vietnã, onde os americanos mantinham uma guerra contra os comunistas do norte desde 1962, apoiados pela extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). As forças dos Estados Unidos foram humilhadas e obrigadas a abandonar o país. A cidade de Saigon (capital do Vietnã do Sul), ainda resistiu aos vietcongs até abril de 1975.
Outro evento bélico foi a Guerra do Golfo em 1991, um conflito internacional militar entre o Kuwait e Iraque na região do Golfo Pérsico. Essa guerra envolveu os Estados Unidos e alguns países do Oriente Médio. Morreram mais de 100 mil soldados iraquianos e 520 inimigos deste país na guerra. Em fevereiro de 1993, veio a primeira grave provocação, um atentado ao World Trade Center, em Nova York, deixando muitos inocentes mortos.
Mas foi em 11 de setembro de 2001, o ano dos atentados terroristas da Al Qaeda contra as torres gêmeas do World Trade Center e o Pentágono, em Nova York e Washington, respectivamente, que ceifaram a vida de milhares de cidadãos e desencadearam as guerras do Afeganistão, com o pretexto de capturar Osama Bin Laden, e dois anos mais tarde a do Iraque, para acabar com as famosas armas químicas (que nunca foram encontradas) de Saddam Hussein.
Ademais, se Bush não é mais que um momento na história do poder norte-americano e de suas relações com o resto do mundo, ninguém como ele terá sido mais duro e inflexível. Além disso, percebe-se, já não é de hoje, que o governo dos republicanos sempre foi mais injusto para os próprios americanos e de um imediatismo intolerável com outras nações, principalmente o Brasil.
No momento, os EUA respiram as eleições majoritárias e o presidente George W. Bush é responsável por mais um Vietnã. Este agora, interno, que mexe com os brios e o bolso dos americanos, o risco de recessão que assusta os Estados Unidos. Recentemente, apavorado com a alta dos candidatos democratas em relação aos republicanos, lança um pacote econômico de isenção fiscal de cerca de US$ 145 bilhões para tentar contornar a crise. Por sua vez, esse “remédio financeiro” deverá ter o consumidor como alvo principal. A economia americana foi atingida seriamente no segundo semestre do ano passado por uma crise no mercado de hipotecas de risco (chamadas de subprime), um desdobramento da crise imobiliária com que o país já vinha tendo de lidar desde 2006.
Especialistas afirmam que o plano pode ajudar a pagar a conta de luz e ser menos eficiente que o socorro no problema hipotecário. O plano terá alguma forma de corte nos impostos e aumento de gastos, mas qualquer que seja, o governo americano se dará conta de que a situação é bem menos confortável agora que no 11 de setembro. Naquela época, o governo estava com superávit fiscal, e agora está com déficit. O insensato Bush deveria aprender que nada como manter as contas em ordem para enfrentar os momentos de incerteza.
Não deixa de ser curioso, porém, que eles usem e proponham, sem cerimônia, remédios que condenariam se usássemos: aumentar gastos públicos e dar benefícios fiscais quando o país está com déficit público. Nada como ser a primeira potência; ainda que decadente, em recessão e com a moeda desvalorizada. Está provado que Bush é um predador. Não tenho “bola de cristal”. Essas podem não ser todas as razões para a derrota dos republicanos nesta eleição, mas provavelmente ajudam a explicá-la.
Sergio Barra é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com
Parece que já esqueceu 1973, o ano do caos no Vietnã, onde os americanos mantinham uma guerra contra os comunistas do norte desde 1962, apoiados pela extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). As forças dos Estados Unidos foram humilhadas e obrigadas a abandonar o país. A cidade de Saigon (capital do Vietnã do Sul), ainda resistiu aos vietcongs até abril de 1975.
Outro evento bélico foi a Guerra do Golfo em 1991, um conflito internacional militar entre o Kuwait e Iraque na região do Golfo Pérsico. Essa guerra envolveu os Estados Unidos e alguns países do Oriente Médio. Morreram mais de 100 mil soldados iraquianos e 520 inimigos deste país na guerra. Em fevereiro de 1993, veio a primeira grave provocação, um atentado ao World Trade Center, em Nova York, deixando muitos inocentes mortos.
Mas foi em 11 de setembro de 2001, o ano dos atentados terroristas da Al Qaeda contra as torres gêmeas do World Trade Center e o Pentágono, em Nova York e Washington, respectivamente, que ceifaram a vida de milhares de cidadãos e desencadearam as guerras do Afeganistão, com o pretexto de capturar Osama Bin Laden, e dois anos mais tarde a do Iraque, para acabar com as famosas armas químicas (que nunca foram encontradas) de Saddam Hussein.
Ademais, se Bush não é mais que um momento na história do poder norte-americano e de suas relações com o resto do mundo, ninguém como ele terá sido mais duro e inflexível. Além disso, percebe-se, já não é de hoje, que o governo dos republicanos sempre foi mais injusto para os próprios americanos e de um imediatismo intolerável com outras nações, principalmente o Brasil.
No momento, os EUA respiram as eleições majoritárias e o presidente George W. Bush é responsável por mais um Vietnã. Este agora, interno, que mexe com os brios e o bolso dos americanos, o risco de recessão que assusta os Estados Unidos. Recentemente, apavorado com a alta dos candidatos democratas em relação aos republicanos, lança um pacote econômico de isenção fiscal de cerca de US$ 145 bilhões para tentar contornar a crise. Por sua vez, esse “remédio financeiro” deverá ter o consumidor como alvo principal. A economia americana foi atingida seriamente no segundo semestre do ano passado por uma crise no mercado de hipotecas de risco (chamadas de subprime), um desdobramento da crise imobiliária com que o país já vinha tendo de lidar desde 2006.
Especialistas afirmam que o plano pode ajudar a pagar a conta de luz e ser menos eficiente que o socorro no problema hipotecário. O plano terá alguma forma de corte nos impostos e aumento de gastos, mas qualquer que seja, o governo americano se dará conta de que a situação é bem menos confortável agora que no 11 de setembro. Naquela época, o governo estava com superávit fiscal, e agora está com déficit. O insensato Bush deveria aprender que nada como manter as contas em ordem para enfrentar os momentos de incerteza.
Não deixa de ser curioso, porém, que eles usem e proponham, sem cerimônia, remédios que condenariam se usássemos: aumentar gastos públicos e dar benefícios fiscais quando o país está com déficit público. Nada como ser a primeira potência; ainda que decadente, em recessão e com a moeda desvalorizada. Está provado que Bush é um predador. Não tenho “bola de cristal”. Essas podem não ser todas as razões para a derrota dos republicanos nesta eleição, mas provavelmente ajudam a explicá-la.
Sergio Barra é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com
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