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Os músculos do corpo humano funcionam como uma espécie de motor bioquímico. Quanto maior o esforço, mais consomem oxigênio e mais intensa é a eliminação de subprodutos das reações químicas provocadas pelo metabolismo, como o dióxido de carbono e o ácido láctico. A cada aceleração desse motor, as fibras musculares sofrem lesões microscópicas que, em reação ao trauma, se regeneram em forma mais resistente. São resultantes desse processo os músculos inchados dos saradões. A fonte de energia desse processo todo é uma substância chamada trifosfato de adenosina. Os estudiosos dos processos bioquímicos do organismo conhecem-na pela sigla ATP, mas os leigos podem chamá-la simplesmente de... Gracyanne Barbosa. A dançarina sul-mato-grossense de 25 anos que aparece na foto à esquerda é um prodígio de aumento muscular. Aos 15 anos, já media 1,75 metro, mas pesava apenas 45 quilos. Com dedicação incondicional aos exercícios, moldou o corpo e se transformou quase numa fisiculturista. Faz uma hora diária de exercícios aeróbicos pesados, mais três sessões semanais de musculatura de nível profissional: enfrenta quatro séries de oito agachamentos segurando uma barra de ferro de 180 quilos, anda 30 metros agachando-se a cada passo com 70 quilos nas costas, e no leg press, o aparelho para exercitar as coxas, empurra uma plataforma com meia tonelada.
Na imagem mental que faz de si mesma, porém, Gracyanne parece ainda ser a adolescente magrinha. Ela não vê a hora de passar o Carnaval para recuperar o peso habitual de 74 quilos, em boa parte de músculos poderosos – seu índice de gordura é de apenas 6%. Para desfilar como rainha da bateria da escola de samba Mangueira, a dançarina perdeu 6 quilos, numa espécie de concessão ao gosto popular. "Mulher musculosa não vende bem na avenida", diz seu treinador, Xande Negão. Gracyanne está na fronteira que separa a salutar e, no seu caso, espetacularmente bem-sucedida disciplina corporal do comportamento compulsivo, quando a rotina de exercícios vira um vício incontrolável. "Eu sei que o exagero é perigoso, que preciso de limites para não me machucar", diz. "Mas me acho viciada mesmo. Se tenho tempo, malho até aos domingos e feriados."
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