Em O ESTADO DE S.PAULO:
Apreciador do famoso bolo-de-rolo, o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, tem passado os últimos dias apartando o enrosco entre o PMDB e o PT para preenchimento de cargos no setor elétrico. No duelo, levou até estocadas da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Não se abalou. “Dilma teme que o substituto tenha menos competência que o substituído”, diz. “Mas ninguém é mais Brasil e ninguém é mais Lula do que ela. Então, para o bem do governo, tenho certeza de que a ministra ajudará.”
Diante dos percalços para a montagem da diretoria de estatais importantes, como Eletrobrás e Eletronorte, Múcio fixou novo prazo para o desfecho das negociações: o fim deste mês. Afirma, porém, que o esforço para concluir a partilha não está ligado ao temor de uma rebelião dos aliados em votações de interesse do governo, como a do Orçamento. “Eu não gosto da palavra loteamento. Os partidos desejam espaços políticos”, ameniza.
O ministro admite que a longa interinidade nos postos de comando - prática rotineira no governo Lula - prejudicou a relação com os partidos da coalizão. “A interinidade atrapalha muito, porque estimula ressentimentos”, argumenta o articulador político do Planalto.
Mesmo com tantos “bolos” e “rolos” no ministério, o pernambucano Múcio, que é um devorador de livros, mantém o bom humor. Questionado sobre o que está lendo, responde de pronto: “Currículos.” Contador de “causos”, não perde a piada nem quando há nuvens no horizonte governista, como os desvios no uso do cartão corporativo. “Nuvens de chuva são bem-vindas, porque estamos precisando encher os reservatórios das hidrelétricas”, brinca. Ele próprio, porém, não é usuário do cartão. “Tudo o que precisa de muita explicação é ruim de usar.”
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