Na FOLHA DE S.PAULO:
Favorito para ser o candidato à Presidência dos EUA pelo Partido Republicano, John McCain se viu sob os holofotes ontem, obrigado a responder a uma reportagem do "New York Times" afirmando que ele favoreceu uma lobista com quem possivelmente teve um caso nos anos 90. Sua campanha prometeu "guerra" ao jornal.
Com isso, a mídia americana mudou o foco da cobertura eleitoral bruscamente, após semanas centrada na disputa entre os democratas, da oposição para a situação e para seu próprio umbigo, dando início a uma discussão sobre o momento de publicação do texto.
A mulher citada, Vicki Iseman, 40, faz lobby para o setor de telecomunicações. Embora a atividade seja legal e regulamentada nos EUA, a reportagem elenca iniciativas do senador -como pedir em cartas à agência regulatória das comunicações decisão permitindo ao mesmo grupo deter mais de um canal na mesma cidade- que teriam favorecido clientes de sua amiga. (McCain admite a amizade, mas nega o caso).
Segundo o "Times", o republicano -que negou solicitações de entrevista- telefonou ao editor-executivo do jornal, Bill Keller, para reclamar dos pedidos e negar que tenha favorecido a lobista ou tido um caso.
"Uma lobista estava aparecendo ao lado dele em eventos de arrecadação, visitando seus gabinetes e o acompanhando em jatinhos de empresas que ela representava", diz a reportagem, assinada por quatro jornalistas e posta já na noite de anteontem no site do jornal.
"Convencidos de que a relação havia se tornado romântica, alguns de seus principais assessores intervieram para proteger o candidato dele mesmo -orientando membros de sua equipe a barrar a mulher, alertando-a para que se afastasse e confrontando-o repetidas vezes, disseram várias pessoas envolvidas na campanha sob condição de anonimato."
A campanha do republicano foi veemente: "É uma vergonha que o "New York Times" tenha rebaixado seus padrões para participar de uma campanha difamatória de ataque seguido de fuga. John McCain tem um histórico de 24 anos de serviço honrado e íntegro ao nosso país. Ele nunca violou a confiança pública, nunca prestou favores a interesses especiais nem a lobistas e não permitirá que uma campanha difamatória tire sua atenção das questões em jogo nesta eleição".
Mais tarde, o próprio senador de 71 anos viria a público ao lado da mulher, Cindy, negar os fatos descritos no longo texto. "Estou desapontado com a reportagem do "New York Times". Isso não é verdade", declarou em Ohio, que terá prévias no próximo dia 4. Cindy McCain afirmou que o marido é "um homem de grande caráter".
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