O major Walber Wolgrand Menezes Marques mandou há cerca de dois meses, à governadora Ana Júlia Carepa, um ofício em que faz duras acusações ao atual comandante-geral da Polícia Militar do Estado, Luiz Cláudio Ruffeil. Denuncia sobretudo desvios de funções na PM e a grande quantidade de policiais que servem a outros órgãos e empresas particulares. Por causa das críticas que tem feito a superiores, Wolgrand, mesmo na reserva remunerada, pode até ser excluído definitivamente da PM. E ele tem consciência disso.
O enfrentamento entre o major e o comando-geral da PM é apenas mais um lance da movimentada trajetória de Wolgrand ultimamente.
Ele passou a dar muito trabalho à cúpula da PM desde os últimos anos do governo Jatene, sobretudo quando o coronel João Paulo Vieira era o comandante da PM.
Até que Wolgrand foi submetido a um conselho de justificação, que, no âmbito militar, é chamado sempre a apreciar fatos supostamente desabonadores à conduta moral de um oficial. O conselho decidiu mandar Wolgrand para a reserva, onde ele se encontra até hoje. Aí mesmo é que o major se enfezou.
Na reserva, Wolgrand intensificou ainda mais suas denúncias contra o comando da PM. Na campanha para o governo do Estado, no ano passado, apoiou Ana Júlia. Com a indicação de Ruffeil para comandante-geral, passou a opor-se também a ele.
Agora, Wolgrand, que nega fazer parte de um tal grupo talibã, que pretenderia desestabilizar o comando-geral da PM, tem a sua tropa particular: está à frente de mais de 500 militares excluídos da corporação que pretendem retornar aos quartéis, sob a acusação de que foram afastados ilegalmente.
O blog abriu espaço para o major se manifestar. Mandou-lhe perguntas por escrito. Ele vai responder, e o Espaço Aberto publicará a versão de Wolgrand ainda hoje, lá pelo meio da tarde.
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