Essas comemorações da oposição venezuelana pela rejeição do referendo com que o ditador Hugo Chávez pretentida se eternizar no poder são justas, mas convém não cantar vitória antes do tempo.
É como no futebol: o jogo só acaba quando termina. Principalmente quando a partida está equilibrada, convém que não se cante vitória antes do fim.
Pois na Venezuela é igualzinho: cantar vitória agora é menosprezar os poderes que o ditador enfeixou nas próprias mãos.
Chavez é um liberticida. Liberticidas costumam agir como o escorpião que, naquela conhecida fábula, pedia ajuda a uma rã para atravessar a lagoa.
A rã resistia em dar a carona, porque tinha medo de levar uma ferroada do escorpião. Mas acabou cedendo, condoída e, digamos, sensibilizada diante das juras do escorpião de que nada lhe faria faria de mal.
E lá se vai a rã com o escorpião às costas. Ao chegar à outra margem da lagoa, toma-lhe a ferroada do escorpião.
- Mas você me prometeu que não faria isso - reclama a rã.
- Eu sei. Eu até me lembrei disso. Não quis fazer. Mas é a minha natureza - confessou o escorpião.
Chávez é o escorpião da história. Pode até dizer que respeita o resultado das urnas, que isso e aquilo, mas não se deve acreditar nele. É de sua natureza ser um liberticida. É de sua natureza governar com desapreço a quem o critica.
Chávez voltará a maquinar. Voltará a expelir toda a sua repulsa à civilidade, à diversidade e tudo o mais que fazem respirar uma sociedade fundada no direito e na liberdade.
E a oposição venezuelana que se mantenha vigilante e não queira agir como a rã.
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