segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Quem banca os atos golpistas em Belém? Em Santarém, já existem boas pistas sobre os financiadores.

Golpistas e sua tendas de plástico em frente ao 2ª BIS: quem financia esse patriotismo?

Centenas de bolsonaristas golpistas, entre 200 e 500, ao que se estima, passaram o último final de semana nas imediações do 2º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), na Avenida Almirante Barroso, protestando contra o resultado da eleição de 30 de outubro, em que Lula foi eleito presidente, e clamando por intervenção das Forças Armadas.

Nesta segunda (07), o número de manifestantes já estava um pouco menor. Mas eles continuam lá. E agora dispondo de tendas de plástico, para se protegerem do sol e da chuva. Como diria Galvão Bueno, cada vez mais insuportavelente chato, vai-se criando um clima.

A mobilização de uma estrutura, por menor que seja, para dar suporte aos manifestantes pode representar um indicador seguro de que os golpistas devem fincar pé no local por tempo indeterminado, causando atropelos para transeuntes e pessoas que residem às proximidades.

É imperioso, por isso, que a Polícia Federal, já acionada pelo Ministério Público Federal, procure investigar quem está sustentando financeiramente essas manifestações.

Porque uma coisa é um patriota ajoelhar-se no meio da rua, cantar um Hino Nacional para um pneu, desfraldar uma bandeira brasileira e, depois de umas duas ou três horas dando um duro danado pelo bem da nossa Pátria amada, voltar para os seus afazeres.

Outra coisa, bem diferente, é um grupo de quase 200 pessoas, em média, manter-se dia e noite, noite e dia, no mesmo local, faça sol ou faça chuva. Nem Bolsonaro - muito menos ele, que nunca foi dado a trabalhar - seria capaz de apoiar a si mesmo dessa forma.

Financiadores em Santarém - Para chegar aos financiadores desses atos, talvez não seja necessário recorrer a tantas e tão sofisticadas técnicas investigativas. Porque em Santarém, a terceira maior cidade do estado, onde Bolsonaro obteve 55,57% dos votos, contra 44,43% atribuídos a Lula, já estão vindo a público elementos reveladores sobre quem está financiando manifestações idênticas das que ocorrem em Belém.

Em matéria (veja aqui a íntegra) publicada nesta segunda-feira (07), o Portal OESTADONET teve acesso a áudios e prints de postagens de grupos de WhatSapp integrados por alguns empresários e lojistas bolsonaristas, mostrando como é arrecadado do dinheiro para custear as despesas com protestos golpistas em frente ao quartel do Exército na cidade.

"Tudo teria começado com a articulação de Olavo das Neves junto ao presidente da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (ACES), empresário Roberto Branco, para emissão de uma nota recomendando o fechamento do comercio às véspera do feriado de Finados(2). Mas os lojistas ignoraram e abriram o comércio", diz o Portal.

Mas sem que seu nome apareça no documento, Olavo, que já foi presidente da ACES, disparou telefonemas a lojistas para recomendar o fechamento de estabelecimentos. Em áudios enviados a grupos de mensagens, ele tenta se desvincular do movimento golpista, mas depois, através de outras mensagens de áudio, conclama os integrantes do protesto a resisitir até que "os generais divulguem auditoria nas urnas eletrônicas que comprovariam fraudes".

"Há mensagens trocadas em outros grupos bolsoaristas que orientam como deve ser feita a coleta de dinheiro para custeio de despesas na serra do Piquiatuba. Um desses é denominado "Santarenos". Lá, alguns membros explicam como deve ser feita a arrecadação e pra quem o dinheiro, através de PIX, deve ser enviado para compra de pão e água mineral", acrescenta a matéria.

Prints em poder da redação do Portal revelam mensagens entre os golpistas e mostram a contribuição do empresário Marcos Hubner, dono da loja Comprae, para pagar a despesas com aluguel de banheiros químicos. Ele reclama, inclusive, que o débito já chega a R$ 9.500,00, pois o custo diário do aluguel dos equipamentos é de R$ 3.250,00 e duas parcelas estariam em atraso.

"Marcos Hubner gravou um áudio (também em poder do Portal OESTADONET) para reclamar  que lojas do setor de material de construção teriam sido pressionados a desistir do protesto de fechar os estabelecimentos nesta segunda-feira(7) porque, segundo ele, os contadores dessas empresas teriam feito alerta de que esses empresários sofreriam retaliação através de "ordens vindo de cima", afirma o Portal.

Um comentário:

Anônimo disse...

Melhor do que ser financiado pelo pcc ou comando vermelho.