sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Em Belém, jornalistas são agredidos por golpistas. Jornalistas simpáticos ao bolsonarismo poderão explicar se isso é "manifestação pacífica"?

Jornalista de O LIBERAL em meio a bolsonaristas gospistas: agressões fazem parte de
"manifestações pacíficas"? Jornalistas simpáticos ao bolsonarismo podem nos explicar melhor.

Bolsonaristas, entre eles jornalistas simpáticos ao bolsonarismo, mostram-se irresignados quando atos golpistas em frente a quartéis são definidos assim mesmo - como atos promovidos, vergonhosamente e criminosamente, por golpistas e fascistas.
Em contraponto a essas acusações, bolsonaristas, entre eles jornalistas, alegam que as "manifestações", como dizem, são "pacíficas", "democráticas" e não se desviam da "liberdade de expressão" que a Constituição garante a qualquer cidadão.
Pois é.
Em Belém, desde o final do segundo turno, temos atos golpistas que ocorrem nas imediações do 2º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), na Avenida Almirante Barroso.
Os atos golpistas, que bolsonaristas, entre eles jornalistas, chamam de "manifestações", são protagonizados, evidentemente, por bolsonaristas fanáticos, fascistas e idiotas. São idiotas, explique-se, porque não sabem sequer que clamar por intervenção militar é clamar por algo expressamente vedado pela Constituição e pelos princípios que regem qualquer democracia, inclusive a brasileira.
O que dirão, todavia, bolsonaristas diante de agressões que jornalistas de veículos de Belém têm sofrido nos últimos dias?
O que dirão, todavia, jornalistas simpáticos a bolsonaristas golpistas diante das agressões acintosas que já sofreram nos últimos dias, nas fuças, na cara de policiais militares, jornalistas de O LIBERAL e da RBA?
O dirão, todavia, jornalistas simpáticos a bolsonaristas golpistas diante dessas agressões, uma vez que têm classificado os atos golpistas como manifestações "legítimas" e "pacíficas"?
Após reiterados atos criminosos de agressão perpetrados por bolsonaristas golpistas contra jornalistas, em Belém e dezenas de outras cidades do País, jornalistas simpáticos ao bolsonarismo haverão de compreender a distinção entre liberdade de expressão, amplamente reconhecida, e uma suposta liberdade de agressão, fictícia, incabível, intolerável e inacolhível em qualquer arcabouço legal?
A liberdade de expressão é assim: Tu és um ladrão. Mesmo asim, dizer isso configura um crime, o de injúria. Caberá ao ofendido, no caso, o que foi chamado de ladrão, exercer o seu direito de buscar reparação em juízo.
A liberdade de agressão é assim: partir pra cima de jornalistas no exercício regular de sua atividade, tomar-lhe o celular, acertar-lhe um tapa etc., etc. e depois sair dizendo que isso tudo foi feito no âmbito de uma "manifestação pacífica" ou da "liberdade de expressão".
A distinção, como se vê, é clara.
Só não ver quem não quer.
Ou melhor, só não vê quem é bolsonarista golpista ou jornalista que, deploravelmente, ainda acredita que 2 +2 é igual a 4, mas às vezes pode ser igual a 5.
Ou igual a 22, sabe-se lá.

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