terça-feira, 18 de maio de 2010

Um olhar pela lente


Não é um olhar pela lente.
São olhares pela lente.
As fotos mostram o professor e diretor de escola Hélio de Souza Santos sendo imobilizado e detido, durante a inauguração do Complexo Viário Júlio Cezar, no último domingo.
Foi detido sob a acusação de tentar agredir fisicamente a governadora Ana Júlia, jogando-lhe tufos de grama.
Há versões indicando que ele também teria jogado pedra e lama na governadora.
O inquérito é que vai dizer se foi ou não foi.
Mas não tenham dúvidas.
Uma coisa é o exercício da democracia.
Uma coisa é o protesto.
Uma coisa é a manifestação legítima que reinvidica melhorias em favor de qualquer categoria.
Outra coisa é o desforço físico, é a conduta que ameaça a integridade física de qualquer pessoa, seja ela autoridade ou não.
Outra coisa é o excesso que desborda para a brutalidade.
É preciso muito cuidado com isso.
Sobretudo nesta época de campanha eleitoral, em que as paixões ficam acesíssimas.
O blog não faz juízos – até porque não tem elementos para tal – sobre a culpabilidade ou sobre a inocência do professor detido.
Mas reafirma, em tese: protesto é uma coisa, agressão física – ou a tentativa de agressão física – é outra coisa.
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
A rejeição, o rechaço à violência deve ser um valor, uma postura que precisa se colocar acima de qualquer circunstância, de quaisquer preferências.
Inclusive de preferências político-partidárias.
Se não for assim, teremos o império da selvageria.
O império da força bruta.
E teremos, é claro, os valores democráticos jogados pelo ralo.
Governantes, quaisquer que sejam, precisam e devem ser cobrados.
Mas dentro dos estritos limites da democracia e da legalidade.
Pensemos nisso.
Todos nós.

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