quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Família clama por justiça

No AMAZÔNIA:

Dor, revolta e clamores por justiça marcaram o velório e enterro da técnica de enfermagem Shirley Cardoso dos Anjos, de 31 anos, que morreu à manhã de anteontem após ser atingida por um micro-ônibus de transporte alternativo na rodovia Augusto Montenegro, em Belém. A jovem, que deixa um filho de apenas 28 dias, teve seu corpo velado até as 9h de ontem na residência de seus pais, no bairro Cabanagem, e em seguida foi levada até o cemitério do Tapanã, onde foi feito o enterro.
Dezenas de familiares e amigos acompanharam o cortejo em clima de consternação. No entanto, ainda não se sabe de que forma levar o caso até a Justiça. 'Não fazemos a mínima ideia de como responsabilizar alguém. Os motoristas ficam jogando a culpa uns nos outros. E quem sai perdendo somos nós, que perdemos uma irmã, filha, amiga, neta', protestou Deuselina Oliveira, meia-irmã da vítima.
Shirley perdeu a vida junto ao marido, o também técnico em enfermagem Edinaldo Damasceno de Moraes, 42, ao ser atingida de forma violenta por um micro-ônibus que fazia irregularmente a linha Maguari/São Brás. O casal estava em uma parada de ônibus situada próximo ao residencial José Homobono, na Augusto Montenegro. O veículo se chocou com um ônibus da linha Tenoné/Ver-o-Peso ao tentar cortá-lo para pegar passageiros no ponto e depois avançou sobre a calçada, atingindo pelo menos dez pessoas. Testemunhas dizem que Edinaldo teria feito sinal para o micro-ônibus.
À hora do choque, Shirley teve o instinto de jogar seu filho de 28 dias para longe do local. O bebê caiu em um matagal e sofreu escoriações, mas recebeu alta ainda à noite de anteontem. O destino não foi o mesmo para os pais: Edinaldo morreu na hora e foi enterrado ainda na quinta-feira, já que seu corpo ficou desfigurado com o impacto.
Já Shirley foi conduzida para o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), onde veio a falecer poucas horas depois, por conta de uma hemorragia e uma parada cardiorrespiratória. Sua irmã, Márcia Cristina Cardoso dos Anjos, 34, também foi vitimada pela colisão e permanecia internada no HMUE, em estado gravíssimo, até a tarde de ontem.

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