Sou tricolor do coração
Sou do clube tantas vezes campeão
Fascina pela sua disciplina
O Fluminense me domina
Eu tenho amor ao Tricolor
Pois é.
Sou, sim. Sou tricolor do coração.
Os primeiros versos do hino do Fluminense traduzem o meu amor ao Tricolor.
Mas, sério, aquela sucessão de maluquices, irresponsabilidades e crimes que todos vimos no clássico deste domingo (17), na decisão da Taça Guanabara, foi em boa parte causada pela insanidade, pela irresponsabilidade e pela insensatez de dirigentes do Fluminense, à frente Pedro Abad, o presidente do clube.
O Fluminense deflagrou todo esse processo de maluquices ao brigar, acreditem, por lugar na arquibancada.
Para tanto, foi à Justiça e pediu que seus torcedores tivessem o direito de ocupar o lado A do Maracanã, invocando artigos, incisos, parágrafos e alíneas de algum contrato que, convenhamos, não pode se sobrepor ao bom senso.
E o bom senso indicava o quê?
Que o Fluminense, simplesmente, concordasse em abrir uma exceção, para que sua torcida assistisse em paz ao clássico - no lado A, no lado B, C, D ou Z.
Resultado? O inacreditável, o absurdo, o ridículo. Uma situação kafkiana.
A Justiça, primeiro, mandou fechar os portões, proibindo, portanto, o acesso de torcedores do Vasco e do Fluminense ao estádio.
Inconformados, torcedores brigaram, se espancaram, enfrentaram a polícia e puseram outros milhares de torcedores em risco (vejam, na imagem, essa foto que está em O Globo de hoje).
Aí, veio a melhor parte - ou a pior: um pouco antes do final do primeiro tempo, a Justiça liberou a entrada de todo mundo no estádio.
Meus caros: se faltava alguma coisa para nos convencermos de que o futebol brasileiro é o pior do mundo fora dos gramados, esses incidentes de domingo, tudo indica, terão sido suficientes para nos convencerem dessa verdade.
E outra coisa: continuo, sim, sendo tricolor de coração. Mas o Fluminense, por seus dirigentes, ontem me envergonhou.
Simples assim.
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