segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019
Falta de apoio à PEC da Previdência assusta até o PSL do Capitão
As notas estão na coluna Painel, da Folha deste domingo (24).
Indicam, claramente, as enormes, agudas, evidentes e esperadas dificuldades que o governo do Capitão já enfrenta para enfiar goela abaixo do Congresso, e do País, a PEC da reforma da Previdência.
Por isso, habituem-se, ou melhor, habituemo-nos a ouvir à farta, durante este debates que apenas estão começando, aquele discurso apocalíptico do superpresidente Paulo Guedes.
O discurso apocalíptico é aquele do tudo ou nada: ou a reforma da Previdência é aprovada nos termos, no jeito e da maneira que o governo quer ou então o Brasil acaba.
Não acreditem, ou melhor, não acreditemos nisso.
Porque se é fato que a situação fiscal é grave e que o sistema previdenciário precisa ser modificado, também é fato que as reformas propostas não devem representar o esmagamento completo dos direitos de trabalhadores, já suprimidos, em boa parte, com a reforma trabalhista ocorrida no governo Temer.
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A REPÚBLICA INVEJADA PELOS FICCIONISTAS
Para alguns, um revolucionário de causas ambidestras. Enquanto militar, ele foi denunciado, julgado e sentenciado, "Reformado sem remuneração está! Siga a sua vida. Esperamos que um dia possa contribuir para a nossa república".
Então, o rude e de lábia esperta focou eleitores, agitou e conseguiu se eleger vereador. Em seguida, deputado federal. Foi aprendendo as manhas antigas e criando novas, se reelegendo o quanto quis. À medida que se reelegia, sonhos e planos. Almejava um dia ser "O Mito", porque "O Cara" não poderia ser - pois, uma coruja lhe confidenciara que "O Cara" seria o elogio de um futuro presidente dos EUA para o ex-sindicalista Barba.
Em seus planos, ele foi meticuloso ao planejar a carreira política para três filhos. Sucesso! Seus filhos captaram logo as lições e se elegeram sem dificuldades para cargos legislativos.
Conectando-se pontos entre anos 80 e o presente... Lá pelo ano de 2.013, generais, almirantes e brigadeiros se reuniram em uma tarde de domingo em um aprazível clube militar à beira-mar. Todos preocupados com as crises institucionais, econômicas e sociais, expondo o país ao risco de sofrer uma comoção civil. Comentavam informações e vez ou outra davam uma pausa para saborear o uísque, voltando ao foco: o estrago feito por Barba e Wanda ao petetizarem o país.
Goles de uísque, canapés, assunto sério, e até que um canarinho do reino chegou e deu uma bicada no copo de uísque do militar mais antigo. Todos riram quando o canarinho gorjeou no ouvido desse general. Ele levantou-se e, sério, disse aos demais, “O que tem que ser, será, dizia o meu avô marechal... O pássaro nos trouxe a solução, a nós compete o plano, a estratégia e as articulações políticas para escolhermos alguém...”.
Todos compenetrados, quando um deles pediu a palavra, e sugeriu, “Lembram daquele oficial, atleta, o Cavalão? Então, ele é deputado há anos, tem carisma junto a significativa parcela da população, tem uns defeitozinhos, mas dificilmente encontraremos outro...”. E, batata! O Mito, pré-candidato a presidente!
Foi um parto arranjar um partido que se dispusesse a aceitar o Mito como candidato. O PLS do B topou a parada, mesmo achando que ele não seria eleito, mas seria uma excelente oportunidade para o partido crescer e emplacar seus candidatos a outros cargos. O Mito, ou quem o orientava, tentou uma advogada guerreira para vice. Ela, mui sagaz, não topou a parada. O General Tonhão, garboso e bom de prosa, rapidinho topou.
Aí, veio um doido, provavelmente induzido por mentes perigosas, e cometeu o atentado contra o Mito. Por milagre, o Mito sobreviveu e tudo mudou nas campanhas dos candidatos à presidência. O Mito, Campeão! Eleito Presidente da República Federativa.
A mente acostumada há três décadas de baixo clero, intrigas e convenientes polêmicas, o condicionaram de tal maneira, que ao assumir importante missão ainda não tinha conseguido se adaptar e cumprir a liturgia e rigores do cargo, ao ponto de misturar suas funções com atitudes indevidas e incluindo seus filhos nos rolos, os quais, ou não aprenderam todas as manhas baixo clericais, ou interpretavam errado certos procedimentos oficiais, pois imbróglios aconteceram para a felicidade da oposição e da mídia extremada, ao ponto de afetar ações políticas do governo.
Certa feita, a rádio mordomo do palácio residencial da presidência veiculou, e vazou: “Um mordomo do turno da noite ao levar um copo de água para o Mito, que descansava em uma espreguiçadeira, no gramado, ouviu um final de conversa dele com uma velha coruja, ‘Que saudades tenho dos entreveros com Jean Overland e Maria do Terço... garantíamos votos para nossas reeleições...’ – e, tão logo ele disse isso, a coruja se emputeceu e respondeu, ‘Pô! Assim não dá mais! Tchau e até nunca mais, Cavalão!’, e voou em direção à residência oficial do vice Tonhão”.
Lição: Político que se preza é amigo fiel dos eleitores, passarinhos e corujas.
AHT
26/02/2019
(texto revisado)
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