sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Um roubo, um estupro, uma imoralidade

Olhem, meu caros.
Falemos no português de Portugal - e do Brasil.
Falemos no português nada castiço.
Assim: esse aumento de energia elétrica para os consumidores paraenses, autorizado pela Aneel, é indecente, imoral, indecoroso.
É um furto a mão desarmada.
Mas pode ser também um roubo, porque violenta a nós, consumidores, estuprados e estrompados por uma empresa como essa Celpa - ineficaz, ineficiente, prestadora de péssimos serviço.
Agora, registre-se o seguinte: um aumento desses, de 34%, só não incendeia os ânimos porque foi autorizado para concessionárias de três Estados - o Pará e mais dois.
Se essa parada atingisse os consumidores de Rio, São e Minas, por exemplo, o país, a estas horas, estaria pegando fogo. Estaríamos, neste momento, revivendo junho de 2013 - sem tirar nem pôr.
Mas não.
Por aqui, continua tudo como dantes no quartel d'Abrantes, porque ainda estamos longe, paraenses e brasileiros, de iniciarmos um movimento de desobediência civil.
Não seria preciso quebrar nada.
Não seria preciso agredir ninguém.
Não seria preciso vendar a cara.
Não.
Bastaria, pacificamente, que espetássemos nossos boletos de pagamento na rampa do Palácio do Planalto, onde fica o escritório de dona Dilma.
Sim, porque essa conta é do governo federal, meus caros.
Esse aumento, esse roubo, esse furto, essa imoralidade, esse estupro nos nossos bolsos tem como autor o governo federal.
A crise nacional do setor energético encareceu a produção de energia, que é comprada pelas empresas em leilões do governo federal.
Mas a crise do setor energético não é, digamos assim, uma contingência incontornável.
O governo federal espetou R$ 20 bilhões na conta dos brasileiros. Tomaram o nosso dinheiro emprestado para adiar o reajuste da tarifa para o próximo ano, porque este é um ano eleitoral.
Mas as nossas contas já estão sendo infladas.
E o que fazemos nós, os consumidores esfolados?
Nada, a não ser gritar nossas indignações.
É muito pouco para um roubo desse tamanho.
Sinceramente que é.

7 comentários:

Anônimo disse...

É a conta da Copa, iniciando pelo setor elétrico.
A conta está sendo cobrada, por enquanto, apenas pelos paraenses, decerto porque aqui a representação política, para eleger um presidente da República, é pequena (temos no estado pouco mais de 3 milhões de eleitores).
Outro motivo é que por aqui aqui governam partidos que não são aliados do governo federal.
Não foi por menos que a Aneel, agência pertencente ao governo federal, deu carta branca para esse aumento descabido.
Não precisa ter grandes luzes ou qualquer outra forma de manifestação de inteligência para perceber que esse aumento é completamente fora da realidade dos usuários paraenses, seja porque daqui do estado é que é utilizado o recurso hídrico gerador da energia de Tucuruí, seja porque tivemos em um ano outros aumentos, inclusive um ordenado por uma juíza da Vara de Falências, salvo engano.
Enfim, damos e nada recebemos em troca. Aliás, recebemos, sim: um aumento na conta de energia desproporcional e indecente, a ser entubado se o Ministério Público Federal não ingressar logo com pedido cautelar para suspensão desse aumento.
Anote-se, ainda, que a classe política daqui atua no caso como um dois de paus no jogo do buraco. É morta e ao menos poderia nesse momento gritar, alardear, das tribunas da Câmara dos Deputados ou do Senado, a ação nefasta que por agora se perpetra contra o povo paraense.
SOCORRO.... SOCORRO... SOCORRO. S.O.S, eis o nosso pedido!

Anônimo disse...

Aqui é terra de ninguém.

O BLOG está certíssimo.

Se fosse no RJ ou SP, a coisa seria diferente.

Mas aqui, em terra esquecida...

Igual situação é a da nossa pista do aeroporto.

Os aviões continuam sem pousar na hora da chuva.

Essa situação se arrasta há meses !!!

Imagine se isso aconteceria em SP, RJ ou BH...

Eu lembro que certa vez vi DENTRO DO AEROPORTO de Brasília um posto da ANAC, onde os consumidores reclamavam e o agente da ANAC ia no balcão da empresa aérea NA HORA !!

Mas essas coisas de RESPEITO AO CONSUMIDOR e CIDADÃO só acontecem onde haja CONSUMIDOR ou CIDADÃO.

Não somos assim considerados.

Nem pelo Sul/Sudeste e nem por nossos locais.

Anônimo disse...

O Haiti é aqui.
E os nossos políticos fuleiros se assanham para aproveitar e fazer cenografia.
E só.

Francisco Sidou disse...

Está na hora de de se resgatar o espírito de luta cabano do povo paraense e de se dar um BASTA à exploração predatória de nossos recursos naturais e de nossas "energias" de modo geral. Consumimos apenas 20% da energia produzida em nosso território e agora querem que paguemos mais caro que os outros Estados sobre a energia que produzimos. Isso é um acinte. Creio chegada a hora de se fazer um protesto nas ruas, sem bandeiras partidárias, mas apenas empunhando a bandeira do Pará para demonstrar ao Brasil que o paraense merece respeito. Que já se faz a hora de uma mudança nesse perverso e primitivo modelo de exploração de nossas riquezas minerais e outros recursos naturais naturais sem a contrapartida ao Pará em termos de desenvolvimento econômico e social. Essa "Lei Kandir" é uma excrescência que vem sufocando as exportações da riqueza do Pará, que só vai ficando com as crateras em seu território explorado, seguindo o mesmo caminho do Amapá, após 50 anos de exploração predatória e infame de seu manganês. A Vale fica cada vez mais rica e o Pará e seu povo cada vez mais pobres. Até quando, senhores parlamentares federais ? Por que os senhores não se unem - deixando de lado as diferenças e "picuínhas" partidárias - em torno de um movimento para derrubar no Congresso essa famigerada Lei Kandir ? Bancadas de outros Estados exportadores também afetados e espoliados poderão se unir em torno dessa bandeira. Só falta a famosa "vontade política"...E é aí que reside o "busílis" da questão.O "apetite" para pedir votos e garantir seu futuro político é bem maior, certamente.

Anônimo disse...

Sem dúvida o percentual do aumento é coisa absurda. No Paraná a ANEEL propôs um aumento de 35,05% e a COPEL, empresa de geração de energia do Estado paranaense pediu a diminuição, que, ao final, ainda assim ficou em absurdos 24,86%.

Em SP, aumento de 16,46%
Em SC, aumento de 22,47%
Em MG, aumento de 14,24%

Aumentos absurdos se comparados com o falacioso índice de inflação dos últimos 12 meses, em torno de 6%.

Infelizmente, brasileiro e boi são da mesma espécie. Vive, o brasileiro, naquela mesma mansidão que nossas boiadas. E quando vêem um carro na estrada ainda abanam o rabo.

Nem aqui, nem no RJ ou em SP veremos manifestações contra os aumentos abusivos.

Já passamos do ponto de indignação, e nada fazemos. Infelizmente.

Obras superfaturadas, assassinatos em cada esquina, assassinos sempre impunes, discamos cinco vezes no celular para completar uma conversa, trânsito sempre parado, falta de ônibus decentes, a Comissão de Direitos Humanos da CD sendo dirigida(ano passado) por um abjeto deputado reconhecidamente homofóbico e racista e por aí vamos.

O que temos feito? Nada. Não há soluções, nem esperança.

É falaciosa a idéia de que iremos consertar as coisas nas urnas. Não vamos. É ilusão. Todos os governos e poderes Brasil afora estão coalhados de governadores, senadores, deputados que, mesmo quando reprovados no voto, continuam no poder como assessores, ministros, conselheiros dos tribunais de Contas, etc.

E o pior são aqueles que, ainda que já presos anteriormente, algemados, processados, pegos em filmagens recebendo grana, coniventes com os ditadores, fraudadores de licitações e todos os demais crimes previstos no Código Penal, são eleitos, pelo voto dos brasileiros, seja aqui, seja acolá.

Dá para aceitar que o ex-Governador Arruda, do DF, filmado recebendo grana de corrupção, está em primeiro lugar nas pesquisas para o cargo de Governador?

Então, meus caros, deixemos de nos iludir. O brasileiro irá às urnas sim, cumprir sua obrigação(não dever) de votar, e irá reeleger uma grande maioria de políticos que está cansado de saber que são corruptos.

E não me venham alegar que é porque o "povão" é iletrado, não sabe votar, etc, etc. Vota sabendo em quem está votando. E vota naquele que rezou na sua igreja(mesmo sendo ateu), vota naquele que prometeu garantir um bolsa-família maior , vota naquele que lhe prometeu um lote, vota naquele que lhe garantiu um cargo comissionado no Governo, vota...........

Apenas uma observação, caro Francisco Sidou, sempre um bom analista: não há diferenças ou picuinhas entre nossos parlamentares. Veja só : Helder Barbalho, filho do "capeta" Jáder Barbalho na visão - antiga - dos petistas, hoje é aliadíssimo do PT e de Paulo Rocha. E, se alguém ainda tem alguma dúvida do espírito de escoteiros dos nossos políticos, o Lira Maia, do DEM, veio dar o amálgama que faltava para espantar esta alegação.

Kenneth Fleming

A.H.T. disse...

1. FATO: O Planalto, além de tratar o Congresso como mera casa de carimbar Medidas Provisórias, agora - não satisfeito com a morosidade dos carimbadores eleitos, bolou um interessante "jeitinho" para aprovar MPs sem quórum.

2. O "JEITINHO" ENCONTRADO PARA BURLAR O REGIMENTO INTERNO DO CONGRESSO SEM TER QUORUM MÍNIMO: "Em vez de encerrar a sessão, os presidentes das comissões mistas especiais foram orientados a “suspender os trabalhos”. A manobra permite que o presidente use o quorum registrado antes para reabrir a sessão e aprovar MPs com a presença de só um parlamentar."

3. DESABAFANDO... (AINDA PODEMOS?): Isso é a "democracia" brasileira?
E milhões de brasileiros votam... para serem traídos por congressistas e eleitos para o Executivo, e suas negociatas e ações corruptas em prejuizo da Nação?
E o outro Poder não sendo acionado, não vê, não escuta e não fala? Mas, em certos casos, quando acionado e comprometido com certos interesses políticos em jogo, torna-se deficiente em suas decisões e ações?

Anônimo disse...

Sobre o assunto, hoje foi postado um artigo bem elucidativo no Blog do Noblat, de lavra do economista Raul Velloso. Em seu blog(www.raulvelloso.com.br), também há outras considerações que ajudam a entender melhor o que está acontecendo no setor elétrico. Se ele está certo nas análises, cabe a cada um decidir ou ponderar.

Kenneth