terça-feira, 10 de junho de 2014

S.O.S Salinas - Para evitar o pior


Por FRANCISCO SIDOU

As medidas sugeridas pelo Ministério Público - através do promotor Amarildo Guerra, quebrando a cadeia de omissões dos agentes públicos "competentes" em relação ao teor explosivo do tresloucado trânsito na bela Praia do Atalaia - tem despertado verdadeiras batalhas verbais nas redes sociais, até com insultos a quem, exercendo o sagrado direito da livre expressão, tem apoiado a louvável iniciativa do MP.
É evidente que sua implementação requer ainda o esclarecimento de alguns pontos com a comunidade, notadamente com as entidades representativas das categorias de trabalhadores da praia. A sinalização de duas vias de mão única - entrada e saída da praia - é absolutamente necessária.
A proibição de quadriciclos , motos, cavalos e alguns jumentos motorizados de circularem na praia, em meio aos banhistas, também. Afinal, a vida humana deve ser mais valorizada do que a vaidade ou veleidade de alguns que fazem de seu carro não somente um meio de transporte , mas também um ícone de pseudo status social. Falta esclarecer, por exemplo, a ordenação das áreas de estacionamento entre as barracas. É evidente que deve ser coibida a "venda casada" de vagas com a abusiva e ilegal "consumação mínima", o que fatalmente irá ocorrer, caso não sejam adotadas ações preventivas.
Essa medida do MP na verdade é emergencial, pois a solução efetiva para o problema será a construção do Projeto Nova Orla do Atalaia, que foi concebido ainda no primeiro governo Almir Gabriel. Pelo projeto, as barracas seriam padronizadas, com terraces panorâmicos, áreas de estacionamentos, chuveiros públicos, além de passeio e orla urbanizada.
O precário sistema de transporte coletivo em Salinas também não colabora com o apelo de que os veranistas deixem seu carro em casa para ir à praia, como tem sido preconizado por algumas internautas sonhadoras. Essa solução só é possível para quem tem casa literalmente na praia...E ainda são poucos os que podem dispor dessa regalia.
Mas o certo é que alguma coisa precisava ser feita , pois a cadeia de omissões certamente iria acabar muito mal, em tragédia já anunciada por algumas ocorrências, como atropelamentos e acidentes não revelados pela mídia, pois só viram notícia de ampla repercussão quando resultam em mortes ou mutilações. O Ministério Público está de parabéns, portanto, pela iniciativa de dar o ponta pé inicial no debate mais aprofundado das soluções possíveis, sem agressão às pessoas e ao meio ambiente. O MP poderia aproveitar o "embalo" e convocar uma audiência pública com a população, engenheiros, arquitetos, técnicos e ONG Ambientais para o debate amplo sobre o Projeto Nova Orla do Atalaia e suas necessárias adaptações à realidade atual da Praia do Atalaia.
Afinal, a medida provisória do MP tem prazo de validade só para o mês de julho.
É a minha opinião, smj de quantos dela queiram discordar, incluindo os meus pares da ONG Amigos do Sal., que, por sinal, precisa tomar posição sobre o relevante tema, pois não?

Um comentário:

Anônimo disse...

Em São Luís fizeram uma orla de 6 km arredando dunas e foi a libertação da cidade para o turismo. E aqui? Proibições feitas no calor dos acontecimentos geralmente não resolve nada. Mesmo porque não terá fiscalização suficiente.