Mesmo afastado do Pará há uns dois anos, quando se mudou com a família para Curitiba (PR), Renato Parry , leitor cativo do blog e amigo do pessoal aqui da redação, jamais se desligou dos temas que interessam aos paraenses.
Renato, portanto, não ficou alheio à polêmica questão que envolve os anseios de criação de novos Estados, a partir da divisão do Pará. E manda pra cá um comentário dos mais oportunos, até porque traz um pouco da visão de quem está no outro extremo do país.
“O amazônida precisa ser levado a sério, especialmente por quem se propõe a representá-lo e hoje está focado principalmente no próprio umbigo, como nunca antes na história do Brasil”, diz Renato.
Abaixo, seu comentário remetido por e-mail.
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Olá, pessoal da redação!
Venho acompanhando, na medida do possível, o delicado tema desde o seu início.
Vi a evolução das discussões e o claro uso político que originou e foi combustível das discussões que, em nenhum momento, trouxe propostas concretas de melhorias para qualquer lado. Aliás uso a expressão "lado" por terem os próprios políticos, explicitamente interessados no loteamento dos cargos e verbas decorrentes - atual modelo político para obtenção e manutenção do poder -, criando clima hostil, dissociativo e acirrador em seus discursos.
O amazônida precisa ser levado a sério, especialmente por quem se propõe a representá-lo e hoje está focado principalmente no próprio umbigo, como nunca antes na história do Brasil (sem a permissão do plágio, irgh!...)
A discussão ecoou aqui no Sul, onde ouvi opiniões invariavelmente contrárias à divisão por apenas onerar os cofres públicos. Até senti certo preconceito contra o povo da região. Apesar de concordar com a motivação, por não ver, no momento, vontade ou oportunidade de melhoria, pude contrapor a inércia de manifestações deste mesmo povo em outras oportunidades, quando da proliferação de prefeituras com suas respectivas câmaras, secretarias e toda a pesada estrutura residual, nos Estados de Minas e Paraná, por exemplo, com 853 municípios o primeiro, em 6,9% do território nacional e 399 o segundo, com 2,35%.
Os 6.200.000 paraenses que estão distribuídos em 144 municípios, ocupantes de pouco mais de 16% do território nacional merecem, no mínimo, um pouco mais de respeito do Brasil.
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