Foram três meses de intensos trabalhos. Criação dramatúrgica, musical, coreográfica. Leituras dramáticas, aulas de canto, preparação corporal. Tudo para atender a uma reivindicação da memória: resgatar traços do legado de uma das mais notáveis damas da arte nortista. A missão de redespertar o grande público para a importância da professora de música e teatro Margarida Schivasappa é o grande mote do espetáculo “Acorde Margarida” (veja o vídeo), que estreia nesta quinta-feira, às 20h, no Teatro Universitário Cláudio Barradas. A produção ficará em cartaz até o dia 18 (domingo), sempre no mesmo horário.
Escrita por Carlos Correia Santos , a peça é livremente inspirada nos relatos e documentos reunidos pelo pesquisador Antônio Pantoja ao longo de vários anos. A montagem tem direção geral de Hudson Andrade, direção musical de Reginaldo Viana, assistência de direção de Luciana Porto e assistência de direção musical de Zé Neto. No elenco, Maíra Monteiro, Tiago de Pinho, Fernanda Barreto e Juliana Porto. Participação especial de Leoci Medeiros. As coreografias são de Waldete Brito. A cenografia e figurino foram criados por Neder Charone. A luz tem assinatura de Sônia Lopes. As fotos de divulgação são de Brends Nunes e Frederico Mendonça.
A realização é da Companhia Teatral Nós Outros, com incentivo da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves. A montagem conta ainda com apoio cultural de EKO Estratégias em Comunicação, Espaço Experimental de Dança, Giostri Editora, Gráfica D´Avila, Incra, Produtora Nova, alunos de Jornalismo da Faculdade Ipiranga e A Casa da Atriz. Quem assina a assessoria de comunicação e a criação de conteúdo do projeto é a Parla Página.
De acordo com o dramaturgo, a ideia de trazer para a cena o legado de Margarida ganhou reforço graças a dois marcos. “Estamos comemorando, em 2012, os 25 anos do teatro do Centur, que tem o nome de Schivasappa, e os 125 anos de Heitor Villa Lobos, o grande mestre, mentor e incentivador da nossa famosa professora. O palco se abre para que o público descubra, entenda e divulgue a relevância desta artista pioneira e desbravadora. Precisamos olhar para os grandes nomes do nosso passado para que possamos entender o valor que tem nossa cultura. Para que consigamos entender que construímos uma História rica, que nos torna raros”, afirma Carlos Correia.
Para o diretor, ao lado da aposta no resgate memorialístico, “Acorde Margarida” representa um passo artístico importante. “A oportunidade de fazer esse trabalho me permite a experiência nova de dirigir um musical, ampliando minha área de atuação profissional. Além disso, estamos valorizando os talentos locais. E, claro, é especialmente significativo valorizar nosso patrimônio histórico-cultural”, afirma Hudson Andrade.
A peça investe numa criação musical autoral. As letras criadas por Correia para o texto foram musicadas por Reginaldo Viana e Zé Neto. O primeiro, além de coordenar toda a concepção das partituras, também atuou exatamente como Margarida Schivasappa atuava. Viana se dedicou a moldar e aperfeiçoar os recursos vocais do elenco ao longo dos meses de ensaio. Um trabalho detido e delicado. “A experiência na direção musical deste trabalho traz consigo a reflexão sobre a importância de unir as linguagens artísticas num único espetáculo. Vejo nisso um caminho novo e sedutor para a formação de plateia”.
Artista com larga experiência nos palcos, a atriz Maíra Monteiro afirma estar vivendo um momento especial com a produção: “Eu me sinto gratificada por poder mostrar aos paraenses fragmentos significativos da nossa História e trazer luzes para a memória de uma artista que foi tão dedicada a divulgação da cultura paraoara. Estou feliz por poder ajudar os meus conterrâneos a lembrarem que temos uma bela História. Devemos lembrar disso para que o presente, quando virar passado, também não seja esquecido”.
Os demais membros da equipe também comemoram a chegada da peça aos palcos. A atriz e cantora Fernanda Barreto explica: “O Acorde Margarida é o primeiro musical que faço. Acredito que a repercussão será grande”. Juliana Porto confessa: “Estou me sentindo honrada por dar voz e vivenciar a trajetória de Margarida”. Prestigiada iluminadora teatral, Sônia Lopes dá sua opinião: “Este trabalho está sendo um desafio. Eu me alimento de pesquisas. E é relevante poder divulgar essa artista que ficou no anonimato, obscurecida”. Leoci Medeiros, que fará intervenções sonoras na encenação pontua: “Fiquei feliz com o convite para participar do projeto, especialmente por se tratar de uma homenagem a essa mulher tão crucial para a cultura na Amazônia”.
DESDOBRAMENTOS
Para dar maior amplitude ao empreendimento de reavivar a memória de Schivasappa, a produção do espetáculo escolheu apostar em caminhos variados. O primeiro foi o suporte literário. A dramaturgia do musical foi transformada em livro pela editora paulista Giostri. A publicação será vendida nas sessões. “Também vamos sortear para o público alguns exemplares. A ideia é fazer com o espectador vá para casa com Margarida”, conta o diretor. O acervo reunido por Antônio Pantoja também está sendo transformado em livro que será editado pela Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves. A peça, aliás, circulará por vários palcos de Belém até ser apresentado na reabertura do teatro do Centur que, nesse momento, está em reforma.
As redes sociais também se tornaram ferramentas valiosas. No blog do espetáculo, é possível acessar posts sobre o cenário cultural dos anos 30 e 40 e dados sobre nomes fundamentais que ladearam Schivasappa, como Villa Lobos, Getúlio Vargas e Paschoal Carlos Magno. No Facebook, os internautas acompanham informações sobre os bastidores da peça e o Twitter potencializa as demais ferramentas.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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