Não faz nem um ano que vimos um prédio residencial direcionado para um público “Classe A” ruir do alto de sua 34a laje. Um prédio que vendia unidades de moradia a valores que variavam de R$ 250 mil a R$ 500 mil. O Real Class, da Real Engenharia, localizado em plena Rua Três de Maio, no bairro de São Brás, seria entregue a seus proprietários no final desse ano e veio ao chão em uma tarde de sábado do mês de janeiro, vitimando uma vizinha que morava próximo e dois pedreiros que se preparavam para largar mais um dia de trabalho.
Menos de sete meses depois, somos acordados com a notícia de que um outro edifício, não muito longe dali, na Rua Diogo Móia, no bairro do Umarizal, expulsou seus moradores às pressas durante a madrugada desse domingo (16) por conta de estalos ouvidos nos pilares da edificação. Em meio à confusão, descobriu-se que o mesmo engenheiro que fez os cálculos estruturais dessa obra, que ganhou o nome de Ed. Wing e foi entregue há dois anos, também assinou os cálculos do recém-desabado Real Class. Os bombeiros e a própria construtora, a Porte Engenharia, asseguram que não há chances de queda e que todas as providências estão sendo tomadas para que os moradores do prédio e das casas próximas possam voltar o quanto antes para a tranquilidade de seus lares.
Eu pergunto: que tranquilidade? Desde que o Real Class caiu, eu tenho insistido, durante minhas falas não apenas no plenário da Câmara Municipal de Belém (CMB), mas também em audiências sobre o tema, no fato de que a Prefeitura Municipal de Belém (PMB) faz pouco caso na hora de discutir a real e efetiva regulamentação do Plano Diretor Urbano (PDU), agradando assim a um nicho de empresários que transformou a capital paraense em um grande banco imobiliário, e que age como se pudesse construir onde quisesse, da forma que quisesse, cobrando o que quisesse e colocando em risco quem quisesse – lembrem-se de que não faz muito tempo que o Ministério Público Estadual (MPE) conseguiu, lutando contra alguma resistência do setor de construções, impedir a continuidade de uma obra que transcorria ilegalmente, sem as licenças necessárias e que simplesmente estava a aterrar o rio Guamá, à beira da rua Prof. Nelson Ribeiro, no Umarizal, para fazer ali nascer uma torre residencial de 22 andares.
Um comentário:
Ontem o conselho secional da oab referendou o nome do dr. edilson araujo para presidente do tribunal de ética e disciplina, por unanimidade.
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