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O Governo Federal promete estádios 100% concluídos em 12 capitais brasileiras e serviços de mobilidade urbana de qualidade para a Copa de 2014. Mas na opinião de jornalistas, o País só dará conta de conta de cumprir essas demandas às vésperas do mundial.
O colunista do jornal Agora São Paulo, que edita o “Caneladas do Vitão”, e do “Pra Toda Obra”, transmitido na rádio BandNews FM, Vitor Guedes, cobriu a última Copa e pensa que a situação no Brasil será a mesma da África do Sul. “O meu grande temor é com relação aos aeroportos, que são patéticos, caóticos, é um inferno.”
Segundo Guedes, o deslocamento urbano é um gargalo a ser resolvido. “Tudo ficará pronto, principalmente os estádios, mesmo que em cima da hora. Mas vão ter atrasos. Já os aeroportos, não vão dar conta se continuarem como estão”, opina.
“Estamos perdendo uma chance única de crescer”
Por outro lado, o repórter esportivo da Rádio Jovem Pan AM Bruno Vicari defende que o País está perdendo uma chance única de crescer, pela forma como está sendo conduzida a preparação para a Copa. Ele compara o Brasil a Los Angeles (EUA), que realizou a Olimpíada de 1984 e se desenvolveu. “Trinta anos depois o Brasil ainda não aprendeu – ou não quer colocar em prática – a lição.”
Outra questão levantada por Vicari é o fator financeiro. “Nós realizaremos um grande mundial. O problema é o custo disso tudo e o quanto será revertido em melhorias para o País. As obras, até onde sabemos, estão atrasadas e mal orçadas. Além disso, o governo tem o papel de investir em comunicação, transporte e na qualificação de profissionais. Levantar o estádio não é o problema.”
Vicari acha questionável o critério adotado para a escolha das capitais que sediarão o Mundial de 2014. ”Como explicar cidades como Manaus e Brasília, que não têm times nem público, ganharem grandes estádios enquanto Belém do Pará, com três torcidas fanáticas ficar fora da copa?“, comenta.
Valorização urbanaO repórter da Sportv Tiago Maranhão acompanha a trajetória do “Itaquerão” desde que o local era apenas um terreno vazio, e acredita que a valorização urbana é um dos diversos benefícios que a construção irá trazer. “A zona leste é a mais populosa da cidade, com 4 milhões de habitantes. É justo levar essa diversão para lá. Com o estádio, a região será valorizada, mais empresas se instalarão lá e, com isso, o trânsito vai diminuir porque as pessoas terão trabalho perto de casa.”
Maranhão também fala a respeito do clima na obra do Itaquerão, que segundo ele, “é de festa”. “Como estou lá desde o começo, vejo a empolgação do pessoal em fazer parte disso. A maioria deles mora na região. E dá para perceber que uns 70% também são corintianos. A construtora também inspira esse orgulho neles.”
Relacionamento com a imprensaO acesso às obras do “Itaquerão”, segundo ele, também tem gerado bons frutos nos repórteres que cobrem a construção do estádio na capital paulista. “A assessoria de imprensa ajuda a perpetuar esse clima. Eles nos deixam à vontade lá, podemos entrar quando é preciso – com o equipamento de segurança - e podemos falar com quem quisermos. Nisso a gente percebe que o sentimento de alegria é o mesmo em todos os operários”, finaliza Maranhão.
No entanto, nem todas as obras reúnem trabalhadores satisfeitos. Em setembro e agosto deste ano, trabalhadores do Maracanã (RJ) entraram em greve por duas vezes, exigindo aumento salarial.
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