Depois que os paulistas elegeram o Tiririca, o novo fenômeno eleitoral do País, conviria aos partidos se reunirem para aprovar uma lei definindo um nome, um nome padrão, digamos assim, que acolheria os votos de todos aqueles que quisessem anular seu voto.
O nome que constaria da urna eletrônica seria, por exemplo, Cacareco.
Poderia até ser Tiririca, com a licença, é claro, do palhaço que se elegeu.
Qual a utilidade da proposta?
É que o nome votado, como não existe, como seria uma ficção, não seria remunerado com o nosso dinheiro para ser a personificação de uma vergonha.
Porque é democrático, sim, eleger um cidadão como Tiririca como o deputado federal mais votado no maior Estado do País.
Mas é uma vergonha, sim, eleger um cidadão como Tiririca como o deputado federal mais votado no maior Estado do País.
É uma vergonha não porque Tiririca é um sujeito simples.
Há muito cidadão com o mesmo nível de instrução de Tiririca, da sua mesma faixa social que tem 1 milhão de vezes mais condições de integrar o Congresso Nacional.
É uma vergonha que Tiririca tenha sido eleito porque Tiririca é Tiririca.
Um sujeito que, segundo ele mesmo disse, não sabe nem o que vai fazer no Congresso.
Alguém pode admitir isso como razoável?
Muito provavelmente os paulistas votaram em Tiririca como uma forma de protesto, de deboche, de desilusão, de desesperança.
Pois é.
Se tivesse na urna eletrônica um Cacareco qualquer, o candidato-ficção, para acolher os votos desses insatisfeitos, Tiririca não teria sido eleito.
A democracia, como ensinou Churchill, é o pior forma de governo que existe, à exceção, evidentemente, de todas as outras.
Mas a democracia tem dessas coisas.
Absolutamente incompreensíveis.
Ou compreensíveis apenas se consideradas como o deboche que verdadeiramente são.
7 comentários:
Perfeito, Bemerguy. E já há "intelectuais politicamente corretos", com os típicos democratismos pelos quais floreiam as falas, buscando fumos de majestáticas sapiências, afirmando que comentários como o seu são discriminações com quem é de origem pobre, nordestina, etc.
Além de tudo, votação como essa enseja o abuso da distorção de fazer eleger outros candidatos que não tem qualquer legitimidade de representação.
Mano, quem elegeu o Tiririca, foi a própria palhaçada criada pelos congressistas.Se o congresso fosse mais sério, isso com toda certeza não teria acontecido.Agora querem arranjar uma desculpa e tentar barrar ou isolar esse "fenômeno de votos...rsss
Eu não votaria no palhaço Tiririca porque não ando tão insatisfeito, mas essa votação avassaladora é fruto do grande circo que se formou na política brasileira.Outros palhaços já conseguiram entrar na vida pública e acabaram mudando seu discurso para entrar no esquema, ou pra se livrar da perigosa "falta de decoro parlamentar"...
Infelizmente o circo tá armadopara o grande público!
hoje tem espetáculo!!
Não concordo com a sua opinião, com todo o respeito. Se eu morasse em São Paulo, não votaria no Tiririca. No entanto, eu duvido que ele realmente não saiba o que vai fazer. Apenas utilizou-se do que ele domina para ganhar muitos votos: o humor escrachado.
No mais, mesmo que ele não soubesse realmente o que vai fazer, preferível assim do que muitos que sabem muitíssimo bem o que farão: continuar a enganar o povo.
O que é preferível: um ficha limpa analfabeto ou ou um ficha suja letrado?
Ou, ainda: um legítimo palhaço ou quem só faz palhaçada?
A democracia é representativa, os eleitores simplesmente se vêm bem representados, não vejo mal nisso. Existe sim preconceito em alguns termos, porem nada que pareça direcionado a pessoa, e sim mais a situação ridicula proporcionada pelo CIRCO politico comandado pelo nosso "GUIA"
Caro PB,
Sem qualquer pretensão de entrar na seara dos doutos cientistas políticos, vejo na eleição do Tiririca um claro recado de insatisfação dos eleitores com o modelo político adotado no Brasil, concentrador por excelência de poder nas mãos de oligarcas que dominam as máquinas partidárias e até escolhem os candidfatos que devem ser votados pela plebe ignara. Por que eles escolhem um candidato como o Tiririca também como forma de garantir a sobrevivência de alguns deles que estão ameaçados de perder poder. Tanto que Titirica levou mais três deputados federais a reboque. Essa anomalia só seria corrigida com uma reforma política de verdade, caro poster. Mas, isso, evidentemente, eles, os oligarcas, tamnbém não querem. Resta uma esperança de "seleção natural" com a aposentadoria forçada de alguns coronéis políticos nas eleições de 2010. A extraordinária votação de Marina, que as "antenas" dos institutos de pesquisas não captaram , foi uma grande contribuição para a democracia no Brasil. Captando essa mensagem, Lula já baixou a bola e Dilma já deixou de dar entrevista coletiva no "cercadinho" armado para manter os jornalistas à distãncia. Marina
acabou com o plebiscito imposto pelo Lula e nos deu motivos para admitir que sonhar ainda é possível...
O que muitos não enxergam ainda é que, captando a permanente insatisfação das pessoas com a política, alguns espertos decidiram investir na candidatura do palhaço já contando com esse "voto de protesto" que, pela milésima vez, se voltará contra os ingênuos que votaram no Tiririca. ou seja: os idealizadores dessa candidatura agiram de má fé, mais que com senso de ocasião.
Esse é o problema do protesto sem alvo definido: qualquer raposa consegue faturar oferecendo aos eleitores uma suposta válvula de escape para suas frustrações e insatisfações. O problema é saber até onde isso vai dar.
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